Neste domingo, dia 25 de junho, o Museu da Imigração completa 30 anos de sua inauguração. Para marcar a data, o espaço promoverá, durante o fim de semana, eventos especiais, com feira gastronômica, apresentações musicais e teatrais e debates sobre imigração.
No sábado, às 10h, haverá o lançamento do livro Crianças em Deslocamentos: Infâncias, Migração e Refúgio, organizado por Katia Norões, Maria Walburga e Flávio Santiago. A obra, com foco especial nas experiências das crianças, trata sobre questões como migração, refúgio e apatridia. Logo em seguida, haverá uma conferência sobre política migratória nacional.
No domingo, a partir das 12h, a Orquestra do Colégio Ouro Preto vai interpretar músicas e composições tradicionais de diversos países. Às 14 horas, será vez da Orquestra Mundana Refugi, composta por doze músicos imigrantes, refugiados e brasileiros de dez nacionalidades, mostrar a diversidade da música mundial.
Também no domingo, às 15 horas, o espetáculo teatral Boa Noite Boa Vista, com o ator Eduardo Mossri, mostrará, por meio de uma encenação, a realidade das pessoas em situação de refúgio pelo mundo.
Tanto no sábado quanto no domingo, uma feira gastronômica de comunidades de migrantes e descendentes servirá pratos típicos e autorais de países como Alemanha, Bélgica, Coreia do Sul e Venezuela.
A entrada nos dois dias será gratuita. A programação terá duração até às 17 horas.
Exposições
O Museu do Imigração tem duas exposições atualmente em cartaz. Uma delas, de longa duração, é a Migrar: experiências, memórias e identidades. Dividida em oito módulos, a mostra tem mapas, documentos, fotografias e objetos que contam a história da grande imigração ocorrida nos séculos 19 e 20 para o Brasil.
Há uma sala que reproduz como funcionava a antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás, prédio que agora abriga o museu, com camas e outros itens que rementem à história da imigração no País.
A outra exposição, a temporária Migrar: inquietações, perguntas e possibilidades, amplia o debate sobre o tema abordado pelo museu a partir de pesquisas e escutas feitas com grupos sociais.
Passeios de maria-fumaça
Uma das grandes atrações do local, os passeios de maria-fumaça, promovidos pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), ocorrem todos os sábados e domingos Os horários das saídas são: 11h, 12h, 13h, 14h30, 15h30 e 16h30. A composição parte da plataforma ferroviária histórica do Museu da Imigração e é possível escolher andar na primeira classe - carro de 1898 de madeira - ou no carro de 1928, também de madeira (R$ 35). O trajeto entre o Brás e a Mooca dura em torno de 25 minutos.
Pesquisa de documentação
Como guarda ampla documentação sobre os imigrantes que entraram no Brasil ao longo dos anos, o museu é muito procurado por pessoas que buscam pelo registro de seus antepassados. Essa pesquisa já pode ser feita on-line por meio do site http://www.inci.org.br/acervodigital.
Para quem prefere ir pessoalmente e contar com a ajuda dos pesquisadores, o horário é de terça a sábado, das 10h às 16h (exceto feriados), com atendimento gratuito (é necessário pagar a entrada para o museu).
Como visitar
O Museu da Imigração, administrado pelo Instituto de Preservação e Difusão da História do Café e da Imigração (INCI), fica no prédio da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás, na divisa dos bairros do Brás e da Mooca.
Com amplo jardim e muito bem conservado, o local abriga, além das exposições e das opções de lazer, um café com ambiente interno e mesas externas do deck, com vista para o jardim do complexo da antiga hospedaria.
Para quem optar pelo transporte público, a estação de metrô mais próxima é a Bresser-Mooca, com uma caminhada que dura em torno de cinco minutos. Não há estacionamento no local.
Horário de funcionamento
De terça a sábado, das 9h às 18h, e domingo, das 10h às 18h. ( bilheteria até às 17h). Nos feriados, será seguido o horário do dia de semana em questão. R$5/R$ 10 https://museudaimigracao.org.br/
Onde comer?
O bairro da Mooca, tradicional reduto dos imigrantes italianos, tem inúmeras opções de gastronomia. O Estadão separou algumas dicas, todas relacionadas ao tema da imigração.
Di Cunto

A tradicional padaria e doceria foi inaugurada há 126 anos por um imigrante italiano. Aos domingos, o local fica cheio, sobretudo no horário do almoço - é possível comprar massas, carnes e saladas por quilo. No balcão de doces, opções italianas como os cannoli e a sfogliatella. A Torta Regina, um dos bolos mais pedidos do cardápio, tem base de pão de ló ou massa folhada, recheio de creme patissier, chantilly e carolinas recheadas e cobertura de fio de caramelo (R$ 132 o quilo).
R. Borges de Figueiredo, 61/103
Hospedaria

Localizado na frente à Di Cunto, o restaurante Hospedaria, comandado pelo chef Fellipe Zanuto, é dedicado à cozinha tradicional paulistana. Por isso, não faltam no cardápio opções com inspiração italiana. Entre elas, o Risoto Imigrante, feito com arroz agulhinha com creme de abóbora, costelinha de porco duroc, ervilha fresca, legumes orgânicos da estação, fonduta de queijo meia cura e ovo mole. A decoração da casa remete justamente às hospedarias e trens que trouxeram os imigrantes para a capital paulista.
R. Borges de Figueiredo, 82
A Pizza da Mooca

Pizza brasileira mais bem colocada no 50 Top Pizza World, a pizzaria, também de Zanuto, usa farinha italiana e produz a massa integral que utiliza em suas receitas. Entre as pizzas, há opções como a Amatriciana, que leva molho de tomate, grana padano, pancetta, cebola roxa, tomate e manjericão (R$ 52/R$89) e a da Nonna, com molho bechamel, frango, cream cheese, pesto e rúcula (R$ 52/R$ 92). Uma opção para o fim de tarde, já que o horário de abertura é às 18h.
R. da Mooca, 1.747
Panificadora Monte Líbano
Para quem estiver disposto a se deslocar um pouco mais, cerca de 4 km, a padaria Monte Líbano, localizada na principal avenida do bairro, tem opções para lanches e sobremesas. Recém reformada, ela ganhou uma charmosa varandinha com mesa - também é possível comer em pé, no balcão. O atendimento é rápido e atencioso.
Av. Paes de Barros, 1283
Os cannoli do senhor Antônio
Uma preciosidade da Mooca, os doces feitos pelo senhor Antônio são vendidos apenas aos sábados (12h/18h) e domingos (12h/16h), em frente ao Estádio do Juventus. São poucos sabores, como o creme de baunilha e o de chocolate. É importante lembrar que o doceiro faz artesanalmente e vende os cannoli desde 1970, bem antes da iguaria virar moda na cidade. De quebra, é possível conhecer o campo do Juventus, um patrimônio da Mooca, inaugurado na década de 1920.
R. Javari, 112
Já que está pela Mooca...
...e gosta de música, uma boa pedida é conhecer o Casarão do Vinil que funciona em um dos poucos casarões antigos que restaram no bairro. O aspecto pode não ser dos melhores, como a maioria dos sebos, mas as grandes sala abrigam grande variedade de LP’s e compactos. Aos sábados e domingos, fica aberto até às 17h.
R. dos Trilhos, 1.212