Morreu ontem aos 85 anos, no Rio, o escultor Edgar Duvivier, vítima de câncer no pulmão. Seu corpo será cremado no cemitério São Francisco Xavier, no Caju. Deixa três filhos, a artista plástica e arquiteta Eduarda, a filósofa Eleonora e o músico e artista plástico Edgar Duvivier. Apesar de doente, orientou a feitura de suas últimas encomendas, estátuas de Oscar Niemeyer e Juscelino Kubitschek, projeto que seu filho está executando. Edgar Duvivier nasceu no Rio, em 1916 e, aos 12 anos já estudava desenho no ateliê Bernardelli. Aos 18, começou a esculpir e aos 20 ganhou sua primeira medalha, de bronze, no 51º Salão Nacional de Belas Artes, no Rio. Em 1950, participou da exposição que comemorava os 50 anos do Estado do Vaticano, mas fez poucas obras sacras. A mais destacada foi o São João Batista, de 1953, para a igreja Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado, zona sul. Era especializado em monumentos públicos e fazia tanto estátuas quanto esculturas abstratas. As mais famosas são a Princesa Leopoldina com o imperador dom Pedro II e a rainha de Portugal, Maria da Glória, ainda crianças, que fica na Quinta da Boa Vista, no Rio, o Goleiro, que está na Casa de Hóspedes de Brasília, e o Anchieta de Franca, no interior de São Paulo. Um de seus últimos trabalhos foi o busto do deputado Luiz Eduardo Magalhães, que está no aeroporto de Salvador desde 1998. ?Nós achávamos que ele estava com fibrose no pulmão devido ao pó de mármore e de fibra de vidro com os quais sempre trabalhou, sem usar máscaras?, disse ontem seu filho. ?Mas há três meses constatamos o câncer e não houve mais jeito. Ele preferiu não ser internado e morreu em casa.?
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