Estante: Da biografia de Amartya Sen aos 70 anos da Bienal de São Paulo

Quinzenalmente, a equipe do Aliás indica os principais lançamentos das editoras

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Foto do author Antonio Gonçalves Filho
Foto do author Matheus Lopes Quirino
Atualização:

UMA CASA NO MUNDO

Autor: Amartya Sen

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Editora: Companhia das Letras

472 págs., R$ 104,90 (e-book, R$ 49,90)

Foi o poeta Rabindranath Tagore quem escolheu o nome do Nobel de Economia de 1998, Amartya Sen. De família ilustre, Sen teve uma sólida formação educacional e ideológica desde cedo (seus pais foram presos por oposição ao domínio britânico). Em suas Memórias, o professor da Universidade Harvard fala tanto da influência de Tagore (a defesa intransigente da liberdade e dos oprimidos) como do economista Adam Smith e do filósofo austríaco, naturalizado britânico, Ludwig Wittgenstein. Com amigos cristãos (Michael Nicholson) e marxistas (Pierangelo Gargnaini), Amartya Sen viu os dois lados da história. E isso se reflete em seus escritos. (Antonio Gonçalves Filho)

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EU SOU O MONSTRO QUE VOS FALA

Autor: Paul B. Preciado

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Editora: Zahar

R$ 39,90 (e-book, R$ 27,90)

Filósofo e romancista trans, Paul B. Preciado nasceu como Beatriz na Espanha, em 1970, e é autor do cultuado Um Apartamento em Urano. Em Eu Sou o Monstro que Vos Fala, o autor, convidado a fazer uma palestra sobre Mulheres na Psicanálise, logo ele, que é transgênero, falou sobre “disforia de gênero” e psicanálise. Em outras palavras, sobre ser tratado como um doente mental. Preciado, então, opta por reencenar um texto de Kafka (Relatório para uma Academia), colocando-se no lugar do macaco que aprendeu a pensar e surpreendeu seus ouvintes. Mostra, enfim, a cumplicidade dos psicanalistas com a ideologia da diferença sexual. (A.G.F)

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CINEMA E FILOSOFIA: ERIC ROHMER E O CONTO MORAL

Autor: Daniel Augusto

Editora: Unifesp

184 págs., R$ 49

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Numa entrevista, o cineasta francês Éric Rohmer definiu o que ele classifica de “contos morais”, gênero ao qual pertencem seis filmes por ele dirigidos, entre eles O Joelho de Claire (1970) e Amor à Tarde (1972). Rohmer, um dos grandes da Nouvelle Vague francesa ao lado de Godard e Truffaut, é analisado no livro Cinema e Filosofia por outro cineasta e filósofo, Daniel Augusto, mostrando a razão de sua paixão pelo cinema americano e as relações entre seu cinema e sua literatura (Rohmer assinou centenas de textos no Cahiers du Cinéma). O autor concede especial atenção aos personagens que criou Rohmer. (A.G.F)

Cena do filme 'Conto de Primavera', de Eric Rohmer  Foto: Estadão Acervo

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AGORA AGORA

Autor: Carlos Eduardo Pereira

Editora: Todavia

216 págs., R$ 64,90 (e-book, R$ 39,90

Uma análise da sociedade brasileira em forma de romance: nele, três Jorges – o avô, o filho e o neto – contam, a seu modo, como o racismo afetou suas vidas. Na segunda parte, Jorge avô conta sua infância num prostíbulo; na terceira, Jorge Filho, homem de família e integrante de uma escola de samba, prepara Jorge Neto para a escola de cadetes, completando um ciclo por demais conhecido dos sociólogos que se dedicaram a escancarar as portas de nossa perversidade e denunciar as injustiças cometidas contra os deserdados. (A.G.F)

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ULISSES

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Autor: James Joyce

Tradução: Bernardina da Silveira Pinheiro

Editora: Nova Fronteira

976 págs., R$ 199,90

Livro que mudou radicalmente a história da literatura moderna, Ulisses, do irlandês James Joyce, já foi traduzido por Antonio Houaiss, Caetano Galindo e Bernardina da Silveira Pinheiro. Em comemoração ao centenário da obra, lançada em 1922, a Nova Fronteira lança um box com dois volumes que trazem a sua elogiada tradução, há anos fora de catálogo, que exigiu da professora mais de sete anos de trabalho. Por coincidência, Bernardina nasceu também em 1922 e, ao morrer, no ano passado, deixou outras traduções antológicas, entre elas outro livro de Joyce, Um Retrato do Artista Quando Jovem. (A.G.F)

Imagem da livraria Shakespeare and Company de Paris, com a proprietária, a americana Sylvia Beach na ponta, tendo ao lado o escritor irlandês James Joyce  Foto: Noel Riley

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MOEDA VENCIDA

Autor: Francisco Dantas

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Editora: Alfaguara

192 páginas. R$ 74,90 / R$ 39,90 (E-book)

O professor universitário Francisco Dantas mostra como a vida no pequeno vilarejo de Cambuí representa o Brasil profundo do início do século 20. Em seu novo romance, ele recorre à figura do pai, um apaixonado pela natureza, e volta à infância na terra onde a modernidade é uma promessa. Uma narrativa delicada. (Matheus Lopes Quirino)

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A VERGONHA

Autora: Annie Ernaux

Editora: Fósforo

88 páginas. R$ 54,90

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A escritora francesa Annie Ernaux, autora do premiado O Lugar, mostra como a violência doméstica do pai contra a mãe impactou seus anos de formação. Nesta edição de A Vergonha, Ernaux expõe o lar tóxico em que foi criada em mais um relato visceral sobre sua vida interior. A tradução é de Marília Garcia. (M.L.Q)

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UM VOO MÁGICO

Autora: Giovanna Giordano

Editora: Autêntica Contemporânea

144 páginas. R$ 54,90 / R$ 38,90 (E-book)

O relato de uma viagem do avô conduz o romance da escritora italiana Giovanna Giordano à região da Abissínia, na época em que o território estava sob as ordens do Imperador da Etiópia. Em seu delicado texto, as aventuras de um aviador mostram o intercâmbio cultural e esperança em tempos de guerra na Europa. (M.L.Q)

O escritor Aldous Huxley em 1928 Foto: Acervo Estadão

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ADMIRÁVEL MUNDO NOVO

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Autor: Aldous Huxley

Editora: Biblioteca Azul

304 páginas. R$ 79,90 / R$ 49,90 (E-book)

Leitura essencial do sci-fi pela riqueza de detalhes que ampara o futuro imaginado por Huxley. Um protagonista consciente enxerga as falhas de uma sociedade totalitária, ele reage, e o sofrimento é inevitável. A nova edição traz textos de Úrsula K. Le Guin e Samir Machado de Machado e tradução de Fábio Fernandes. (M.L.Q)

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BIENAL DE SÃO PAULO - DESDE 1951

Organização de Paulo Miyada

Editora: Bienal de São Paulo

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424 páginas. R$ 100

O crítico Paulo Miyada reuniu textos de importantes críticos para uma antologia sobre a história e a importância social e cultural da Bienal de São Paulo, no ano em que se comemoram 70 anos das exposições e 60 da fundação mantenedora. Aracy Amaral, Glaucia Villas Bôas, Isobel Whitelegg, entre outros, analisam o histórico. (M.L.Q)

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