PUBLICIDADE

Mais um post de Carnaval

PUBLICIDADE

Por Estadão

Fui criticado pelo post anterior porque ele já havia sido publicado anteriormente. Então agora há duas vezes mais razões para me criticar: aqui vai mais um texto publicado previamente, este um pouquinho mais antigo: saiu no Jornal da Tarde em 26 de fevereiro de 2001, um dia depois que eu desfilei pela Gaviões da Fiel.

PUBLICIDADE

(Só vou publicar aqui o texto INÉDITO de Carnaval no domingo ou na segunda-feira, já que acabo de saber que terei que cobrir o Carnaval diretamente do Sambódromo do Anhembi. Eu e minha boca grande: por que eu fui falar que não gostava de Carnaval? Agora eu vou ter que ficar no Sambódromo durante horas e horas... me dei mal.)

O dia seguinte

Acompanhei de perto o desfile da escola de samba Gaviões da Fiel na noite de ontem. De perto, não: de dentro. Para ser mais específico, na ala dos convidados. Foi meu primeiro desfile e, finalmente, consegui entender porque o Carnaval desperta tanta paixão nos brasileiros.

Tudo começa na concentração, local reservado para a preparação e últimos retoques da escola. Enquanto eu conversava com alguns 'manos' sobre a 'boa' fase do Corinthians (Nota do blogueiro: Não me lembro direito, mas pelo jeito o Corinthians estava mal na época ... mas pelo menos estava na primeira divisão), garotas se maquiavam, aplicando brilhos pelo corpo. Sempre protegidas, claro, por um bando de homens que não se preocupavam em esconder a empolgação.

Publicidade

Aos poucos, a massa humana foi se formando, ao lado de carros gigantescos e adereços de gosto duvidoso. Tudo muito dourado, muito brilhante, muito... cafona. Mas esse exagero é motivo de orgulho para os integrantes e reverenciado pelo público. "É para ofuscar as outras escolas", disse um carnavalesco.

Pouco antes do desfile, também pude elucidar uma dúvida que sempre me perseguiu: como aquelas pessoas, com fantasias pesadíssimas e desconfortáveis, conseguiam subir nos carros alegóricos? A resposta é, de certa forma, óbvia: em um guindaste, auxiliadas por um bombeiro.

É muito fácil decorar o samba-enredo. É só prestar atenção na primeira das milhares de vezes que ele toca. Se alguém se esquece de alguma parte da letra, é só balbuciar '...bateria' ou '...riquezas' que ninguém percebe. Afinal, todos os sambas-enredo do mundo são exatamente iguais. E é assim que o povo gosta.

O desfile em si é muito divertido. A troca de energia entre o público e a escola é autêntica: a multidão reage como torcedores quando o time marca um gol. E a Gaviões, especialmente, é isso mesmo. Uma grande torcida que, pelo menos um dia do ano, esquece da outra paixão.

Fiquei impressionado como o tempo passa rápido na avenida. Você dança pra cá, samba prá lá (mesmo sem saber sambar) e, quando começa a ficar gostoso, acaba. Acho que o sentimento de 'querer mais' é o que vicia. Mas tudo bem. O ano passa rápido.

Publicidade

(O texto dá a impressão que eu voltaria a desfilar no ano seguinte, o que não aconteceu. Quem sabe no ano que vem.)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.