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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘A paternidade mexeu comigo, quero criar um homem feminista’, diz Jarbas Homem de Mello

O ator discute desconstrução da masculinidade; como lida com o interesse das pessoas por sua vida com a Claudia Raia e a nova turnê do musical ‘Conserto da Dois’

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Foto do author Paula Bonelli

Jarbas Homem de Mello, 55, bateu um papo com a coluna sobre como encara a criação do seu primeiro filho, o Luca, de apenas um ano. As decisões sobre alimentação, educação, médico e até questões futuras, como faculdade, já foram pensadas e alinhadas com a parceira Claudia Raia. O novo papel tem revirado a vida do bailarino: “A paternidade mexeu comigo, me fez reavaliar muitos aspectos, e quero criar um homem feminista”.

Jarbas Homem de Mello Foto: IUDE RÌCHELE

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A seguir, a entrevista concedida à repórter Paula Bonelli por videoconferência em que fala da nova turnê do musical Conserto para Dois, do qual é diretor e atua ao lado da mulher, a partir do dia 13 de setembro no Teatro Frei Caneca, na capital paulista. Ele confessa ainda que estranhou o assédio das pessoas querendo saber da sua vida no início da relação com Claudia: “Quando começamos a namorar em 2012, parecia que eu tinha acabado de nascer para o mundo, como se a minha carreira até então não tivesse importância”.

A paternidade é como você imaginou que seria?

Tem sido muito melhor do que eu pensava; é uma experiência única. Sempre ouvi que ter um filho muda a vida da gente. Essa é uma verdade enorme; para os homens, vem uma carga de amadurecimento junto com a paternidade, parece que você compreende mais a vida.

Um filho exige atenção e várias decisões do casal. Você e a Cláudia costumam concordar sobre a criação?

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Sim, somos muito semelhantes e conversamos sobre tudo, até sobre a faculdade dele, e o que pode vir a acontecer, e sempre chegamos a um consenso.

Permitem que ele assista a desenhos pelo celular?

Ele vai fazer um ano e seis meses na semana que vem e até agora não teve exposição a telas, nem TV. Queremos segurar isso até os dois anos e já temos definido o que ele poderá ver e o que não poderá, os desenhos que consideramos ofensivos ou violentos. Ao colocar uma tela na frente dele, a interação com o mundo acaba. Eu cresci na frente da TV...

Qual tipo de alimentação oferecem?

Temos oferecido alimentação orgânica, mas ele come tudo que nós consumimos. Mamou até os sete meses e já introduzimos uma dieta saudável para ele.

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Homeopatia ou alopatia?

Optamos por homeopatia. Temos uma médica homeopata incrível, mas em algumas situações recorremos à alopatia.

Acha que será um pai mais liberal ou mais rigoroso?

Sou bastante rigoroso e disciplinado. Quero inculcar isso na cabeça dele, porque a disciplina é essencial para a vida, mas tentarei ser o mais liberal que puder.

O tempo de qualidade com o filho é mais importante do que a quantidade de tempo?

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Concordo que o tempo de qualidade com a criança é fundamental. Mas é preciso abrir mão de algumas coisas, caso contrário, nunca vai conseguir estar com seu filho.

Você teve que reavaliar sua masculinidade em função da paternidade?

Eu estou nesse processo de desconstrução da minha masculinidade há bastante tempo e pretendo manter isso por toda a vida. A paternidade mexeu comigo, me fez reavaliar muitos aspectos, e quero criar um homem feminista.

Em casa, você e Claudia discutem sobre trabalho?

Sim, o tempo todo, mas de forma prazerosa, nunca a ponto de atrapalhar o nosso relacionamento; muito pelo contrário. Acredito que uma relação é construída por projetos conjuntos, sejam eles de trabalho, uma viagem ou um filho…

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E por que voltar com o musical ‘Conserto para Dois’?

Esse musical foi apresentado em 2019, e idealizamos um espetáculo onde só nós dois trabalhamos, o que facilita a logística. É uma comédia musical, com músicas compostas especialmente para a peça, onde interpretamos 12 personagens, contando a história de um escritor famoso e de uma atriz de cinema. Antes disso, fizemos o musical Tarsila, a Brasileira no primeiro semestre e decidimos pôr ‘Conserto para Dois’ na estrada durante seis meses.

Como sua vida mudou após a relação com ela?

Eu não estava acostumado com esse tipo de assédio, com as pessoas querendo saber da minha vida, então sempre brincava que, quando começamos a namorar em 2012, parecia que eu tinha acabado de nascer para o mundo, como se a minha carreira até então não tivesse importância, o que não é verdade. Depois, eu fui me adaptando. A Claudia é uma pessoa muito popular, fruto da televisão, das telenovelas. Portanto, é normal que as pessoas queiram saber sobre nós.

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