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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Meia arrastão, hot pants, tricô e crochê no carnaval do estilista Amir Slama

Especialista discute uso de peças da moda praia na folia

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Foto do author Paula Bonelli

O ano começou agitado para o estilista Amir Slama. Ele desenhou uma coleção de peças para casa inspirada em chita para a Homedock. Fez a camiseta do camarote Bar Brahma, junto com o filho Arthur Slama, e traduziu-a em figurinos sensuais que serão usados pela musa Thelminha e a rainha Sabrina Sato na área vip durante os desfiles no sambódromo de São Paulo.

Além disso, houve demandas de clientes em geral interessados em seus looks para a folia. O estilista que foi proprietário da Rosa Chá e hoje se dedica à moda praia, já teve suas peças usadas por Anitta e Ivete Sangalo, contou à coluna o que gosta e o que desaprova em termos de roupas de carnaval.

O look de Thelma Assis, a Thelminha, feito por Amir Slama, para o Camarote Brahma. Foto: Denis dos Santos

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A combinação de meia arrastão e hot pants que estão sendo muito usadas nos blocos de rua de São Paulo e Rio agrada Slama. “A hot pants é uma peça que confere certa elegância e, ao mesmo tempo, a pessoa pode dobrá-la, transformando-a em uma calcinha menor.”

Slama gosta de ver a moda praia ganhando outras conotações no carnaval: “Eu sinto que as peças de praia viraram peças da moda, né? Mesmo em épocas normais, as pessoas usam peças transparentes com pequenos biquínis por baixo, e no carnaval isso tem aparecido muito. Então, está virando o traje para poder curtir. Mesmo em cidades como São Paulo que não tem praia, as pessoas acabam vestindo biquínis” e completa rindo “é bom para pegar chuva”.

Há peças de crochê e tricô também sendo usadas na folia, notou Slama. “Na alta costura, o maiô que se transforma em um vestido, ou de repente é acoplado a uma saia e vira um traje de festa é algo incorporado na moda, que a folia exacerba”, reflete.

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O estilista diz que “o carnaval é uma explosão de brasilidade” e que sempre trabalhou com esses temas. “Os desfiles das escolas de samba têm quatro, cinco mil pessoas, que estão lá trabalhando durante um ano inteiro para construí-lo. Existe uma relação de respeito muito grande com as mulheres que estão desfilando. O carnaval traduz um pouco o conceito de um Brasil que dá certo, de pessoas que se juntam para fazer uma construção, criar uma história e apresentar isso de um jeito muito bacana.”

Sobre as roupas no Allah-la-ô que ele torce o nariz: “Eu acho que nada que tenha origem animal é bacana. De um tempo para cá, não se tem usado esse material. As plumas são mais artificiais. Então, usar produtos de origem animal é totalmente fora de propósito, não é legal.”

Além disso, ele ressalta que as roupas não podem incomodar: “Para passar uma noite inteira, às vezes com trajes muito pequenos, eles devem ser muito confortáveis, porque senão as pessoas não aguentam”. “Por mais que você queira criar um personagem ou inventar alguma história, precisa pensar nesse conforto para se sentir bem e poder curtir mesmo. Se você escolher a roupa pensando apenas no momento da foto, pode ser bem desconfortável. Devemos tentar fugir um pouco disso”, afirma.

Para Slama, é importante que o folião se sinta em sintonia com o figurino escolhido: “Se vai atrás de um bloco ou assistir algum desfile, a pessoa tem que se sentir bem. Pode-se transformar, homens podem se vestir de mulher e mulheres podem se vestir de homem. Enfim, é um momento muito liberado”.


Amir Slama Foto: Fredy Uehara
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