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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Bailarina com doença rara faz mostra em torno da sua história

Em tratamento para recuperar movimentos, Marina Abib é curadora do evento ‘Ouse’

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Foto do author Paula Bonelli
Atualização:

Diagnosticada com encefalite autoimune, a bailarina paulistana Marina Abib, de 35 anos, foi convidada para ser curadora do evento Ouse. Com início amanhã na Casa do Beco do Batman, no miolo da Vila Madalena, a programação inclui exposição de fotos; dança com o artista Diogo Granato; apresentação de bateria com Vitor Cabral e exibição do vídeo Mover Montanhas dirigido por Paulinho Caruso. Canecas e camisetas com desenhos de Cacá Meirelles, retratando a história de Marina, estarão à venda.

A renda do evento 'Ouse' será revertida para o tratamento de Marina.  Foto: André Albuquerque

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“Quando a Casa do Beco do Batman me convidou para fazer a curadoria deste evento um fim de semana por mês durante um ano para contar sobre a minha trajetória, o mar inundou meu coração”, disse a dançarina. Qualquer um da área da saúde, ou que conhece algum caso como o meu sabe, que tratar encefalite autoimune não é um processo com perspectiva definida. Cada corpo reage de um jeito e cada um tem a história que carrega consigo”, contou ela que está recuperando movimentos do corpo.

Todo o lucro do evento será revertido para o tratamento de Marina que envolve médicos de diferentes áreas e remédios caros, chegando a custar R$ 360 mil por ano. Luciana Ribeiro, que também é paciente autoimune, mas de doença reumática, se sensibilizou e tomou a iniciativa de convidar Marina para fazer o Ouse. “Assim como nós, ela tem grande chance de ter uma vida normal, se tiver o tratamento adequado e completo. Ela é uma pessoa e uma bailarina fantástica”, conta Luciana, que preside o Instituto Eluar, voltado a ajudar pessoas com artrite reumatoide e espondilite anquilosante. A Casa do Beco do Batman abriga um espaço cultural e também a sede do instituto.

Marina Abib tem trajetória na dança contemporânea no Brasil e fora do País.  Foto: Georgius Portugalus

Marina ressalta a importância da ajuda que tem recebido: “A recuperação não está indo na velocidade que eu gostaria, mas estou rodeada de profissionais qualificados, amigos e familiares que seguram a minha mão e não soltam de jeito nenhum, dando força para continuar”.

Percurso na dança

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Marina teve destaque no cenário da dança contemporânea no Brasil e no exterior. Ela começou a dançar aos três anos, fez balé, ginástica olímpica, frevo, trabalhou com a filha de Antonio Nóbrega, a dançarina Maria Eugenia Almeida, na Cia Soma. Figurou em diversos festivais – e ganhou reconhecimento pela mistura de linguagens e imensa consciência corporal.

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