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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Conheça o empresário do ramo hoteleiro especialista em ‘descobrir’ novos destinos turísticos

Para Fabio de Maria, que foi um dos primeiros a ter uma pousada em Jericoacoara, é impossível pensar no turismo hoje sem inclusão social e sustentabilidade

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Foto do author Marcela Paes
Atualização:

Fabio de Maria teve uma epifania ao ver a abertura da novela Água-Viva, da Globo, exibida em 1980. Ainda adolescente, ele viu pela primeira vez as velas de windsurfe sobre a água que apareciam na novela e, ali, soube o que queria fazer. “Vi e pirei. Era o que eu queria”, conta ele.

18/12/2023 - EXCLUSIVO DIRETO DA FONTE - O empresário do ramo hoteleiro Fabio de Maria CREDITO ELISEU SOUZA Foto: ELISEU SOUZA

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De lá pra cá, conseguiu transformar a paixão por esportes com vela em uma profissão ao unir a vontade de praticá-los ao turismo. Fabio foi um dos primeiros a ter uma pousada em Jericoacoara, no fim dos anos 1990.

“Eu enxergava que poderia ter turismo lá, mas todo mundo achava que eu estava louco em abrir a pousada”. Mesmo assim, ele abriu, com dois sócios, a Vila Kalango - que posteriormente virou referência na cidade - e no mesmo ano a luz elétrica chegou a Jeri. Já no segundo mês, a pousada estourou e ficou lotada.

Pouco tempo depois, em 2003, foi o kitesurfe - esporte que vive um boom de popularidade no País e atrai milhares de turistas estrangeiros todos os anos para o Brasil - o catalisador de uma “nova descoberta” de Fabinho, como é chamado pelos amigos. Em busca de boas condições de vento para o esporte, ele aportou no Preá, praia localizada próxima a Jeri. Lá, montou com os mesmos sócios o Rancho do Peixe, pousada com projeto do arquiteto Gui Mattos. O destino, inicialmente, não repetiu o sucesso imediato de Jeri.

Fabio de Maria pratica kytesurfe Foto: Eliseu Souza bsbfotoesporte@gmail.com

“Cheguei a passar 60 dias direto na pousada sem ter nenhum hóspede”, ri. Hoje, o Preá é um destino turístico popular, inicialmente mais frequentado por europeus, mas com um número cada vez maior de brasileiros.

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Seguindo a tendência da busca por novos destinos, Fabio tem uma nova aposta: a praia de Curimãs, no Ceará, localizada há cerca de 1h35 do aeroporto de Jeri. Praticamente intocado, o local abriga uma comunidade de pescadores e tem as condições perfeitas para a prática de kitesurfe. Uma das maiores preocupações de Fábio é fazer com que o turismo no local seja sustentável ambientalmente, preserve a história e a identidade da comunidade e se preocupe com o social.

“Tanto o Preá, quanto Jeri, não tiveram um planejamento prévio de desenvolvimento turístico sustentável. A ideia em Curimãs é fazer direito, com planejamento social, ambiental e em parceria com o estado e a prefeitura. Nós estamos fazendo esse planejamento antes mesmo do destino turístico existir. Quando o turismo chega tem muita coisa bacana, mas também muita coisa ruim, muitos empresários mal-intencionados e a comunidade que já estava lá acaba saindo dali. Queremos ter investimentos, existe essa oportunidade, mas respeitando a conservação, com o olhar voltado para o futuro e para a inclusão da comunidade. Hoje não existe mais a possibilidade de pensar o turismo de outra forma’'.

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