O Conpresp aceitou recurso do coletivo Salve Saracura para anular a decisão que aprovava a construção de um empreendimento imobiliário na encosta da Rua Rocha, no bairro do Bixiga.
A decisão, dada na segunda-feira (4), partiu do entendimento de que a construtora precisaria apresentar mais documentos de análise do impacto da construção na grota do Bixiga. A empresa ainda pode apresentar novos documentos. O empreendimento prevê uma torre com cinco subsolos, térreo e 16 pavimentos.
“Foi uma vitória sem precedentes para o coletivo porque a aprovação anterior tinha sido unânime pelos conselheiros. Outro fato relevante é que esse terreno tem uma dívida de IPTU de R$ 5 milhões”, diz Rafael Funari, um dos membros do coletivo.
Segundo o movimento, a área em que o empreendimento seria construído é crucial por ser da abertura da vista e a descida da grota do Bixiga e tem valor histórico e cultural por ter abrigado o quilombo Saracura. Outro argumento é que a área está próxima da nascente do rio Saracura e abriga vegetação arbórea importante para o bairro.
A área é próxima do canteiro de obras da futura estação Vai-Vai do metrô, que abriga o sítio arqueológico Saracura. O Ministério Público Federal já chegou a fazer diligências para apurar possíveis irregularidades na preservação dos vestígios arqueológicos no local.
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