Zélia Ducan completa 60 anos em outubro. Com 43 anos de carreira musical, dona de alguns hits e parcerias de sucesso, ela ainda se prepara para realizar um sonho antigo: correr 10 quilômetros, tomar um banho rápido e no embalo cantar por 1h30 em São Paulo durante a Olimpíada.
Sobre o sentimento de participar dessa prova, a cantora diz em entrevista por videoconferência à repórter Paula Bonelli: “Estou com 60 anos, mas estou na pista”. Além de ajudar a baixar o colesterol, ela aponta que correr é democrático e mudou sua vida, “te dá amigos, vigor, criatividade, já corri até chorando”.
O que acha de participar desse evento relacionado aos Jogos Olímpicos?
Acho o máximo, maravilhoso mesmo. Não estou participando dos Jogos Olímpicos, né? Quem me dera… Eu com as minhas irmãs fizemos a Imã Conexões com Propósito que é uma empresa que quer juntar outras empresas com causas sociais. E o nosso primeiro grande evento vai acontecer no dia 4 de agosto, a corrida ZD60 corra por uma causa com Zélia Duncan. Sou uma corredora amadora, né? Tinha esse sonho de correr e ao final fazer um show. E isso vai acontecer. Será no Festival Olímpico Parque Time Brasil, a fan fest oficial dos Jogos Olímpicos. Haverá uma arena para assistir aos jogos, várias atividades, presença de grandes atletas e uma praça de alimentação também. A nossa corrida faz parte desse evento.
E como será o seu show?
É o meu show que se chama Bailão ZD com duas convidadas Fernanda Abreu e Liniker. No meu show tudo pode acontecer. Terá muita novidade.
Como a corrida pode estimular um artista?
A corrida pode estimular uma pessoa a ter saúde. Muitas vezes o artista leva uma vida muito insalubre, passa muito tempo trancado no estúdio ou em aviões indo de um lado para o outro, sem muito descanso. Então, ele precisa se cuidar até para ter criatividade.
Você se considera uma desportista?
Sim, sou uma esportista amadora. Eu jogava basquete antes de cantar. Depois com a minha carreira não conseguia me exercitar porque gostava de esportes coletivos. A corrida mudou a minha vida. É um esporte extremamente democrático. Precisa de um bom tênis e só abrir a porta e sair correndo. Comecei a correr no Rio de Janeiro, na Urca, e já participei de cinco maratonas e mais de 10 meias maratonas além de treinos e muitas aventuras como atleta amadora.
Quais são suas referências na arte e no esporte?
Tenho referência em toda a MPB e na música pop brasileira. No basquete, admirei muito Magic Paula e o grande maratonista brasileiro, Vanderlei Cordeiro.
Correr ajuda a baixar a bola, a ansiedade?
Correr ajuda a baixar o colesterol, te dá amigos, vigor, criatividade, tranquilidade, dá alegria, te dá amigos. Já corri até chorando. Criei nomes de música, de shows, escritos e frases enquanto estava correndo.
Como é fazer 60 anos?
É ótimo. Depende da vida que você levou até chegar aos 60 anos. Tenho uma vida muito movimentada, me meto em muitas aventuras, musicalmente meus álbuns são muito diferentes um do outro. Componho com milhares de pessoas. Canto desde os 16, e minha vida é recheada de coisas boas. Então, esse marco não me assusta no sentido ruim. Eu estou com 60 anos, mas estou na pista.
Você vai correr então no dia do evento?
Claro, esse é o grande lance. Eu corro 10 km, vou tomar um banho num chuveiro que estará lá improvisado e me arrumo. Depois disso tudo, vou cantar durante uma hora e meia e ainda recebo as convidadas mais maravilhosas. É aí é que o etarismo se ferra comigo. E veja bem, no mesmo dia às 18h eu canto no Sesc Pinheiros.
Você teve que participar da corrida por hits na sua carreira?
Não, eu nunca me coloquei nessa prova. Eu sempre fiz música. O que virou hit aconteceu porque tinha que ser, muito menos Catedral, que foi a minha quinta música de trabalho. A canção é da Tanita Tikaram, mas a minha versão não fiz para estourar e acabou entrando numa novela e foi uma porta de entrada para um outro lugar. A minha vida mudou. Depois disso, eu tenho alguns outros hits.
Nos dias atuais, é mais jogo lançar o álbum ou um single?
Por uma questão geracional, as pessoas têm lançado mais o single, mas raramente faço isso. Por exemplo, gravei Noite Preta, de Vange Leonel e Cilmara Bedaque, uma música dos anos 80, mas foi por causa de um filme. Então, não é um single de um álbum meu. Prefiro o álbum inteiro. Gosto da história toda. Mas isso, na boa, já é papo de coroa.
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