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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

MixBrasil chega a sua 31ª edição com 119 filmes de 35 países, performances e games

Segundo o idealizador do evento, André Fischer, o festival tem a maior programação de experiências XR (Realidades Expandidas) com temática LGBT+ no mundo.

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Foto do author Marcela Paes
Atualização:

Criado em 1993, o MixBrasil chega a sua 31ª edição com um público cativo que faz fila para aproveitar as atrações gratuitas na capital paulista. Considerado o maior festival LGBT+ da América Latina, o Mix deste ano - do dia 9 ao 19 deste mês - traz 119 filmes de 35 países e de 13 estados brasileiros, experiências com a temática queer, literatura, performances sobre temas relevantes para comunidade LGBT+ e o tradicional Show do Gongo, com Marisa Orth.

O criador do festival, André Fischer Foto: Rubens Shiromaro

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Um dos destaques é a exibição de Levante, primeiro longa de Lillah Halla - eleito o melhor filme das Seções Paralelas pela Federação Internacional dos Críticos em Cannes. Leia abaixo a entrevista com o idealizador do festival, André Fischer.

Qual a principal diferença entre as produções dos primórdios do festival para a edição atual, que é a trigésima primeira?

O MixBrasil começou em 1993 como um festival de curtas experimentais LGBT+. E praticamente não havia filmes brasileiros dessa temática. Eram produções super alternativas, sem muitos recursos. De lá pra cá, a produção explodiu e o Brasil é um dos maiores produtores de filmes LGBT+, longas, médias e curtas. Só neste ano recebemos quase 350 inscrições nacionais e essa cinematografia tem sido reconhecida e premiada nos principais festivais do mundo, como Berlim e Cannes.

E no próprio festival? Quais foram as principais mudanças?

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O MixBrasil foi incorporando novas linguagens e expandiu muito a curadoria. Além de filmes, apresenta o melhor da produção nacional e internacional de temática LGBT+ no teatro, na música, em experiências imersivas e na literatura. Foi pioneiro na América Latina e se mantém como o maior da região e um dos maiores do mundo. E no caso de XR (Realidades Expandidas), por exemplo, tem a maior programação de experiências LGBT+ no mundo.

Quais são os destaques neste ano?

Estamos coproduzindo um espetáculo totalmente imersivo e interativo, o Intimidade Virtual, que vem de Taiwan. A tecnologia, equipe técnica e elenco são dos dois países. Também teremos a estreia nacional de O Futuro, do grupo francês de dança Sinequanon. Queer Utopia é uma instalação que usa realidades virtuais para contar as vivências de homens gays 60+. Entre os filmes, o brasileiro Levante da Lillah Halla, que foi destaque em Cannes esse ano, De Volta A Córsega da Catherine Corsini e os dois vencedores do Teddy em Berlim " Orlando, minha autobiografia política” do Paul Preciado, e o nigeriano Todas as Cores Entre o Preto e o Branco, de Babatunde Apalowo. Entre os curtas, uma safra muito bem-humorada, destacando A Pia do Eduardo Mattos, sobre uma pia em um apartamento no Copan que foi usada pelo Plínio Marcos, e O Cavalo de Pedro sobre estrepolias pansexuais de D.Pedro I.

É mais fácil colocar o festival de pé hoje, em relação a antes?

Sente mais apoio ao festival com a popularização da cultura LGBT+?Difícil responder. O MixBrasil começou como uma ação entre amigos, só com vídeos, em apenas uma sala durante uma semana. Sem recursos, mas bem mais simples de produzir. Hoje, é um festival que acontece espalhado pela cidade, com várias linguagens, equipe enorme, gente que vem do Brasil e do mundo todo. Temos mais apoios e patrocínios, mas as demandas e responsabilidades são muito maiores.

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