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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘Envelhecer te agrega. O mundo não é só dos jovens’, diz Reynaldo Gianecchini

O ator estrela, 16 anos depois da primeira vez, outro comercial para a Bombril e é sucesso de público com temporada de peça de temática LGBT+

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Foto do author Marcela Paes

Aos 50 anos, Reynaldo Gianecchini conta que ‘sente uma vitalidade gigante’, como nunca teve antes. A sensação do ator se reflete em suas escolhas profissionais que, atualmente, mostram um momento bem diferente dos papéis como galã de novelas da Globo do início de sua carreira.

“Agora posso realmente ganhar o meu dinheiro escolhendo exatamente a obra que eu quero fazer. Quero cada vez mais fazer trabalhos que me desafiem em um outro lugar, que não seja o da novela, por exemplo, que eu fiz há 20 anos. Quero testar outro tipo de coisa, de narrativa”, diz ele. Ainda assim, o ator faz uma volta ao passado ao estrelar, 16 anos depois do primeiro, outro comercial da Bombril. “Eu amei que eles me chamaram para esse comercial porque tem tudo a ver com esse momento. Hoje em dia eu acho que eu me divirto muito mais”. Leia abaixo a entrevista:

Reynaldo Gianecchini no set do comercial que gravou para a Bombril Foto: Fabio Lamounier e Rodrigo Ladeira

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O etarismo é um assunto que vem sendo discutido muito. Como enxerga a questão?

O etarismo é um assunto bastante importante da gente falar atualmente, assim como outros que nunca ninguém olhou tanto. Como eu viajo bastante, vejo que lá fora as pessoas curtem muito a vida depois dos 50 anos, fazem muitas coisas que aqui no Brasil eu não as vejo fazendo. É como se envelhecer fosse uma doença ou te tirasse as possibilidades. É o contrário, envelhecer te agrega coisas incríveis porque você vai ficando muito mais relaxado, muito mais sábio. Eu, por exemplo, ainda me sinto no auge nos meus 50 anos, com uma vitalidade gigante, como eu nunca tive antes. Tenho um prazer imenso de viver a vida, saboreá-la e ainda de participar de tudo que ela oferece. É muito lindo ser jovem, também tem os seus encantos, mas o mundo não é só dos jovens. Acho muito ingênuo os jovens acharem, como talvez um dia eu achei, que quando você envelhece acaba tudo. Que triste, que chato. Não, tem muito prazer também em amadurecer, em descobrir coisas novas e viver momentos diferentes. Esses momentos não são de exclusividade só dos jovens.

Você fez o primeiro comercial para a Bombril há 16 anos e agora volta. Na sua opinião, o que mudou do Gianecchini daquela época para o atual?

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O que eu tenho feito bastante na minha vida é mostrar a diversão, a leveza, a brincadeira, tirar sarro de si mesmo e rir de si. Amei que eles me chamaram para esse comercial porque tem tudo a ver com esse momento. Hoje eu me divirto muito mais, foi muito mais gostoso fazer o comercial dentro do contexto de vida que eu estou hoje.

A Herança é uma peça de temática LGBT+ e de longa duração. Era uma vontade sua fazer trabalhos menos mainstream?

Sim, estou escolhendo a dedo os meus trabalhos agora, já que eu não tenho contrato fixo com nenhuma empresa. Agora posso realmente ganhar o meu dinheiro escolhendo exatamente a obra que quero fazer. Depois da pandemia tem pesado muito a questão de o que eu quero fazer como artista, como pessoa, quais processos quero viver, com quem, qual comunicação desejo, que tipo de personagem, que tipo de narrativa. Esses pensamentos e questionamentos têm sido constantes. Achei muito importante fazer essa peça porque está na hora da gente tirar a questão do LGBT+ da marginalidade e trazê-la para o grande palco, para as grandes discussões. O momento está perfeito para isso. Tudo está vindo à tona pra gente discutir, tudo o que não foi olhado com tanta calma. Quero cada vez mais fazer trabalhos que me desafiem em um lugar que não seja o da novela, por exemplo, que eu fiz há 20 anos. Quero testar outro tipo de coisa, de narrativa. Quero me aventurar também como produtor, não só como ator. Penso muito em desenvolver roteiros, que eu tenho muito prazer em fazer.

Ir para ‘lugares diferentes’ é seu objetivo atual na carreira?

Sim. É fazer escolhas que me desafiem e que me levem pra lugares que me tirem da zona de conforto, que façam eu ter experiências que agreguem no meu conhecimento, na amplitude dos meus horizontes, trabalhos que tenham uma boa comunicação com o público, que falem de coisas que me toquem e que possivelmente toquem o público. Como eu disse, me testando em outros veículos, outras narrativas, com pessoas diversas, com personagens diversos. E é isso. O objetivo é seguir tendo prazer no meu trabalho, nas trocas do dia a dia.

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