Após um dia intenso de gravações no Bom Retiro em São Paulo, Bruno Gagliasso conseguiu atender à coluna para contar os bastidores da realização do filme “Por um Fio” na última quarta-feira. Imerso nas histórias que se desenrolam em um hospital na década de 80, baseado no livro de mesmo título de Drauzio Varella, o ator perdeu nove quilos e terá que cortar os cabelos e as sobrancelhas para viver Paulo, o irmão de Drauzio, que também era médico e morreu de câncer de pulmão aos 45 anos. “É um personagem que está mexendo bastante comigo emocionalmente e fisicamente”, diz.
Ao mesmo tempo, Bruno está prestes a lançar no canal Gioh no YouTube, nesta terça-feira, 5, o talk show “Surubaum” com a mulher, a atriz Giovanna Ewbank. O casal aproveitou as fofocas de que eles organizavam altas festas em sua pousada em Fernando de Noronha para criar um programa de bate-papo, sempre com pelo menos quatro participantes. “Estou me divertindo horrores com o Surubaum, brincando de ser apresentador, batendo papo com meus amigos e com as pessoas que eu admiro, ao lado da minha mulher que é uma grande apresentadora e comunicadora”, falou à repórter Paula Bonelli por videoconferência. A seguir, a entrevista:
O que te motiva na história de “Por um Fio”?
É uma história humana. Quando li o roteiro, me apaixonei na hora. O filme foca na relação do doutor com o irmão que tem câncer e nessa esperança de cura. É uma história real, que aconteceu e é linda. Lembro que chorei horrores quando li o roteiro. Na hora que eu li, tive uma catarse e eu sabia que ia fazer o filme.
E quais são as outras emoções do filme?
Tem uma outra história muito bonita que é de um jovem que está com câncer e que é curado pelos doutores, mostra o surgimento do SUS, que hoje é tão elogiado pelo mundo inteiro.
Precisou passar por um processo de caracterização para esse personagem?
Bastante, porque tem várias fases: ele normal, depois sendo diagnosticado, no meio do processo e também já no final da vida. É um personagem que está mexendo bastante comigo emocionalmente e fisicamente. Vou ter que raspar o cabelo e as sobrancelhas. Estou emagrecendo. Comecei esse processo com 77 quilos e já estou com 68. Já perdi bastante, ainda vou perder mais, ainda tem duas semanas de filmagem.
Fale sobre doença e abandono. A solidariedade e a compaixão estão em queda?
Eu ainda acredito no outro, na troca e nas relações. Existem doenças e doenças, né? A gente está falando aqui sobre o câncer, que abala a família toda. Eu tenho amigos que passaram pelo câncer. Tem um lugar de solidão muito forte, muito grande, por tudo que eu pesquisei e vi e tô sentindo em cena.
Você é espiritualista? Tem uma relação especial com o que está além de nós?
Acredito no candomblé, tenho uma relação muito forte com o continente africano.
O que você aprendeu ao construir uma família interracial?
Aprendi a olhar o outro, como a sociedade é racista, como a gente tem que evoluir. Eu aprendi que o amor é a revolução, e que dá sentido à vida. E o resto é pequeno. O amor não tem CEP.
Sente que está mais perto do tema do filme ou do Surubaum?
(Risos) Cara, eu sou ator. E estou muito envolvido com o filme. Só que o Surubaum é com a minha esposa. Acho que eu estou lá e cá. O filme é uma história que fala de amor, de esperança e no Surubaum estou me divertindo horrores, brincando de ser apresentado, batendo papo com meus amigos e com as pessoas que eu admiro, que eu respeito e do lado da minha mulher que é uma grande apresentadora e comunicadora.
Por que resolveram montar esse talk show?
A gente se apropriou de algo que botaram no nosso colo, né? O projeto de falar sobre relacionamentos, sobre comportamento, era algo que queríamos fazer há um tempo
É verdade o que falam sobre as suas festas? Um surubão?
Em Fernando de Noronha, é óbvio que não, mas a gente fez acontecer, né? Agora tem um surubão de verdade. Falam tanto, que resolvemos fazer.
O Surubaum vai fazer jus ao nome?
Tem que assistir o talk show, só assistindo para falar. Para o nome ser esse, imagina o que vem. No primeiro episódio é Marina Senna e Juliette. No segundo João Vicente e Nicole Bahls. São sempre eu e a Giovanna e pelo menos dois convidados, como toda suruba tem que ser quatro ou acima de quatro.