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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘Não tenho obrigação de ter uma família perfeita’, afirma Edson Celulari

Ator reflete sobre reunir a família no Natal, relembra o susto do câncer e analisa seu papel como anjo em ‘Nosso Lar 2′

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Foto do author Paula Bonelli
Atualização:

Na novela Fuzuê, na faixa das sete na Globo, Edson Celulari, 65, interpreta Nero, um paizão. Na vida real, ele se identifica com o lado agregador e ligado à família de seu personagem. Apesar de compartilhar vídeos e fotos cheias de ternura nas redes sociais ao lado de sua filha Chiara, de um ano de idade, e sua mulher Karen Roepke, Celulari afirma: “Eu não tenho o compromisso de ter uma família perfeita”.

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Em tempos de celebração e de afeto, a época de Natal também tem potencial para gerar confusões e brigas. Celulari está ciente disso: “Os parentes têm suas questões e diferenças, e é exatamente aí que reside a beleza desses encontros”. Ele é pai também de Enzo e Sophia, de seu relacionamento anterior com Cláudia Raia.

O ator estará no cinema a partir de 25 de janeiro, encarnando um anjo mensageiro no filme Nosso Lar 2. Confira a entrevista concedida à repórter Paula Bonelli.

Edson Celulari interpreta o personagem Aniceto no filme de conteúdo espírita ‘Nosso Lar 2’ Foto: Ique Esteves

Quais serão as emoções da novela ‘Fuzuê’ na reta final?

A reta final sempre traz consigo uma expectativa dos eventos decisivos. Recebi o convite para atuar em Fuzuê depois da pandemia, com um vínculo diferente com a TV Globo, após 42 anos de contrato fixo. Durante esse tempo, também me envolvi em outros projetos e conteúdos em diferentes mídias, o que torna esse momento muito interessante.

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O que você tem em comum e o que diferencia você do personagem Nero?

Acredito que tanto eu quanto Nero somos pessoas agregadoras e familiares. Ambos temos um amor pelo próximo. No entanto, Nero é extremamente impulsivo, o que não sou tanto.

Você possui filhos de dois casamentos, como concilia todos esses afetos?

Não tenho o compromisso de ter uma família perfeita. Cada pessoa tem sua forma de vivenciar o conceito de família. Há uma frase engraçada que a Bibi Ferreira dizia: “Adoro a minha família pendurada na parede em uma fotografia”. Tem também aquele filme italiano maravilhoso, Parente é Serpente, que retrata um Natal em Nápoles com encontros familiares marcados por brigas e confusões. Não existe família perfeita. Os parentes têm suas questões e diferenças, e é exatamente aí que reside a beleza desses encontros. Portanto, não há um compromisso em ser ideal. Minha história com Cláudia Raia é ótima, temos filhos juntos e vivemos 17 anos em uma relação maravilhosa. Quando terminou, sempre achei estranho quando ouvia alguém dizer “não deu certo”, porque, poxa, 17 anos é uma prova de que deu muito certo

A cobrança por audiência acaba atrapalhando o trabalho do ator?

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Não se pode simplesmente focar nos números. A análise da repercussão do público em Fuzuê foi maravilhosa. Os personagens foram bem aceitos, inclusive o próprio Nero. Não acompanho esses números e não me deixo envolver nessa febre, isso seria como acompanhar a bolsa de valores o dia todo, o que não desejo para mim.

Como é interpretar um anjo em “Nosso Lar 2″?

Embora eu não seja espírita e tenha formação católica, conheço um pouco do espiritismo e sua filosofia. Quando recebi o convite para o filme, fiquei feliz, pois é uma continuação de um longa que teve um excelente resultado de público, com mais de 4 milhões de espectadores nos cinemas e quase 40 a 50 milhões na plataforma de streaming. É uma obra que fala de amor e perdão. Meu personagem é um mensageiro que desce à Terra para ajudar pessoas em processo de evolução, auxiliando-as a compreender sua carga, seu propósito nesta encarnação.

Como avalia as dificuldades na produção de filmes no Brasil?

Após a pandemia, o retorno do público aos cinemas tem sido lento. Estamos trabalhando para resgatar essa experiência de sair de casa e ir ao cinema, compartilhando coletivamente o conteúdo do filme em uma sala escura. No cinema nacional, os números são um tanto preocupantes e acredito que seja necessário um melhor trabalho de divulgação e luta por cota de telas, pois houve uma desvalorização do setor cultural no governo anterior, o que foi triste e cruel. Agora, há uma retomada, mas isso leva tempo.

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Sobre boa forma, você se cobra em relação a fazer exercícios físicos?

Procuro me exercitar três vezes por semana, mas quando não é possível, faço duas vezes, e se não der, faço apenas uma. Esse hábito de malhar é algo que mantenho há muitos anos. Passei por um susto com um diagnóstico de câncer, mas consegui superar. Desde então, passei a ter uma alimentação mais saudável.l

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