O piloto francês Pierre Gasly, da equipe Alpine, estava almoçando uma caesar salad no lobby do Palácio Tangará quando ouviu o pedido de um fã por uma foto. Educado, mas seco, só respondeu: “depois”.
Fato raro. Não a recusa pela foto, mas o pedido. A regra não escrita no hotel em que 18 pilotos de Fórmula 1 (dos 20 que disputam o campeonato) estão hospedados é que as estrelas da velocidade não devem ser abordadas ou incomodadas. O resultado é que, embora observados e admirados, os pilotos parecem viver um dia normal no hotel.
No próximo fim de semana, o Autódromo de Interlagos vai receber o GP de São Paulo, novo nome do GP do Brasil de F1. A 21ª corrida da temporada da Fórmula 1 será disputada no domingo, 5.
Neste período, o hotel triplica o número de seguranças. Sem reserva para almoço ou jantar, ninguém, que não seja hóspede, pode entrar na área do Palácio. Nos dias que antecedem a corrida, o hotel tem mais da metade dos quartos ocupados pelo chamado “circo da Fórmula 1″.
Ficar no Tangará custa a partir de R$ 2.900 a diária. O hotel não divulga em que tipo de quarto se hospedam os pilotos. As reservas são feitas individualmente pelo staff de cada piloto, isso significa que pode acontecer de um deles ficar em um quarto mais básico e outro em um apartamento maior e mais luxuoso. Os “hóspedes da velocidade” costumam ser discretos. Até o momento não existe nenhum registro de pedido exótico em quartos ou algo do tipo.
Quando a reportagem chegou ao hotel, antes do meio-dia desta quarta-feira, poucos curiosos estavam esperando em uma área externa pela oportunidade de ter um vislumbre qualquer de um piloto. O esquema “ contra tietagem” parece funcionar.
Se Gasly foi de caesar salad, um sorridente George Russell, da Mercedes, foi um pouquinho mais exótico em seu pedido: frango grelhado, folhas, morango e queijo azul.
Em uma mesa próxima, o ex-piloto Mark Webber tinha uma longa conversa com o novato Logan Sargeant, da Williams. E longa mesmo. Pelos gestos, a conversa era sobre ultrapassagens e situações de corrida. No prato de Sargeant, um polvo com molho romanesco.
Esteban Ocon foi quem almoçou mais tarde. A curiosidade é que ela passou o almoço vestido com uma espécie de uniforme da equipe Alpine.
Na parte externa do restaurante foi instalado um simulador de carro de Fórmula 1. O Leclerc, da Ferrari, até se aproximou do simulador - mas não se animou a experimentá-lo.
Já o canadense Lance Stroll até sentou no charmoso balcão do bar, mas só pediu água. Outro que passou pelo lobby, quase sem ser notado, foi Daniel Ricciardo - que deve ter almoçado no próprio quarto.
Não, Lewis Hamilton não desceu. Ele tem sido o mais difícil de ser “avistado” nas dependências do hotel. Ainda assim, participou de uma coletiva de imprensa da Mercedes ( e, talvez, tenha sido o único momento em que foi possível flagrá-lo por lá).
Alguns pilotos passaram a tarde em compromissos comerciais com patrocinadores (dentro das próprias dependências do hotel). Uma equipe da Netflix também circulava discretamente pelo lugar registrando imagens para um especial.
Em tempo: com o tempo meio “lusco-fusco” nenhum piloto arriscou um mergulho na piscina do hotel.
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