Para acompanhar as consequências da crise climática, Patrícia Poeta ancorou o ‘Encontro’, da TV Globo, no Rio Grande do Sul, de segunda a quinta-feira na semana passada. Ela está de volta às gravações no estúdio de São Paulo. Indagada sobre a audiência do programa durante a cobertura especial, Patrícia diz que não se preocupou com isso, mas com a missão de informar os brasileiros e ajudar seus conterrâneos: “Só um gaúcho entende a importância de estar ali com os seus. Somos um povo unido, que não se deixa derrubar, nem nas maiores adversidades”.
Por mais que as imagens da TV revelem a devastação causada pelas enchentes, ela conta que, nada se compara a testemunhar a situação pessoalmente. “Vi pessoas cansadas ao extremo, mas que não paravam. Vi gente tirando a roupa do próprio corpo para dar à outra que chegava de um salvamento. São muitas as imagens que não saem da minha cabeça…”
Em Porto Alegre, Patrícia conseguiu encontrar uma tia, depois de um período sem conseguir se comunicar com ela: “Dá um alívio nessa hora. Nossa, difícil até de descrever”.
O desafio é conseguir chegar a certas áreas. Em sua cidade natal, Patrícia não conseguiu entrar porque São Jerônimo estava embaixo d’água e as estradas estavam interrompidas.
“Confesso que não queria voltar para minha terra nessas condições, mas eu precisava estar lá nesse momento. É tudo muito triste. O estado em sua maioria está devastado”, diz. “Mesmo diante de todo esse cenário, a solidariedade e o amor ao próximo imperam e é lindo de se ver. Conforta, de verdade. Fomos com uma equipe reduzida, pouco equipamento, nos deslocamos do jeito que dava, mas meu foco era informar, estar com os meus.”
Impactada pelas experiências in loco, ela não consegue imaginar ainda como será viver nessas localidades daqui para frente. Por enquanto, a sobrevivência dos que estão ilhados e resiliência são o foco, diz a apresentadora, apontando que não há como fazer planos, enquanto as águas não baixarem.
“Depois, vai ser uma nova vida. As pessoas terão que reaprender a viver em suas cidades. O mais importante é entendermos que se aconteceu, pode acontecer de novo. Além de reconstruir o estado, é necessário criar um plano de como proteger as pessoas e as cidades para o caso de um novo evento climático extremo”, completa.
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