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‘Ser mãe é o jeito que eu mais gosto de me ver’, afirma Carolina Dieckmann

Atriz estreia campanha de Dia das Mães da marca L´Occitane en Provence ao lado do filho José

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Foto do author Ana Lourenço

Apesar da fama, Carolina Dieckmann sempre foi privada quanto à sua vida pessoal - característica que ela também reconhece nos próprios filhos e no marido, Tiago Worcman. Apesar disso, em comemoração do Dia das Mães, seu filho caçula, José Worcman, de 15 anos, participa pela primeira vez de uma campanha ao lado da mãe. A marca escolhida foi a L´Occitane en Provence, que traz o lançamento de quatro fragrâncias femininas previstas para o dia 22 de março. “A participação na campanha foi uma escolha do próprio José. Para mim é muito gostoso ter eles participando da minha vida, podendo ver o ambiente que eu trabalho e entender um pouco melhor o que eu faço é muito bom”, conta a atriz.

Campanha da L'Ocitanne com Carolina Dieckmann e seu filho José Foto: Fábio Bartelt

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A maternidade sempre foi algo bastante presente na vida da atriz. Não só pelos sonhos que tinha, desde nova, sobre ser mãe, mas também pelos papéis icônicos que desempenhou na dramaturgia - tanto como mãe quanto como filha. Na vida real, os aprendizados com os filhos, Davi Frota, de 23 anos, e José,e as inspirações que recebeu de sua mãe, Maíra, a fizeram ser sua melhor versão. “A maternidade é uma grande oportunidade de aprender, profundamente, a ser uma pessoa melhor todos os dias. Não só para nós mesmos, mas para os filhos também”, diz. “Ser mãe é o lugar onde eu mais gosto de estar, é o jeito que eu mais gosto de me ver. É realmente uma maravilha.”

As reflexões sobre esse sentimento ficaram ainda mais fortes depois que Carolina perdeu sua mãe, em 2019. “Como filha, eu aprendi que o diálogo é a maneira mais eficaz de educar um filho, de ouvir as questões, de ajudar e de dar limites também. O meu grande ensinamento como filha foi ter bebido de uma fonte muito próspera de diálogo e de entendimento. Esse é o meu lema”, garante ela.

Confira abaixo uma entrevista com a atriz sobre maternidade:

O que é maternidade para você?

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A maternidade é pra mim é uma oportunidade de viver algo muito especial. Nada se compara. Não só no âmbito sentimental, de realmente sentir coisas de uma maneira muito profunda, muito visceral, muito arrebatadora; mas também no âmbito psicológico de você se transformar, transformar sua vida, deixar de ser filha e virar mãe. Ou seja, deixar de ser o centro da sua vida e passar a ter uma outra preocupação maior do que tudo. Para mim é uma oportunidade de sentir isso e eu não consigo ver a minha vida sem ser mãe. Desde novinha tinha esse desejo - e fui uma mãe muito novinha, com 20 anos. Meus filhos são o sentido maior, profundo e absoluto da minha vida. É o lugar onde eu mais gosto de estar, é o jeito que eu mais gosto de me ver. É realmente uma maravilha.

Você sempre foi muito reservada com a sua vida pessoal. Como foi construir essa vida íntima longe das câmeras, quando se é uma estrela global desde os 16 anos?

Eu acho que a minha vida foi construída de uma maneira mais reservada porque a minha família é mais reservada. Nunca foi uma escolha só minha de ter uma família assim ou de ter uma família assado. O meu casamento com Marcos foi um pouco mais aberto, os dois atores, a gente fazia umas matérias juntos, fizemos trabalhos juntos. Mas quando eu me casei com o Tiago, ele é super reservado. Ele nunca topou mudar a vida dele para virar uma pessoa famosa e conhecida e consequentemente nossos filhos também são assim, mais reservados. Tem uma coisa que é minha, a Carolina, o que que eu topo fazer e falar e até onde eu mostro minha vida. Mas tem também um consenso familiar que respeita profundamente as divisões e as necessidades do meu marido e dos meus filhos de ter uma vida afetada por isso. Eles sabem que eu sou famosa e volta e meia o interesse aumenta ao meu redor,e eles se veem no meio disso. Daí vamos entendendo os limites de todo mundo e construindo, vendo até onde cada um consegue doar um pouquinho. É uma escolha de vida dentro do possível.

'A gente começa a querer ser melhor não só pra gente, mas para os filhos também', conta a atriz Foto: Fábio Bartelt

Como foi viver tantas filhas e tantas mães ao longo desses anos?Atualmente, por exemplo, você está dando vida à Lumiar (personagem da novela das ‘Vai na Fé’, da TV Globo), uma uma pessoa que não tem o desejo de ter filhos e tem uma relação difícil com a própria mãe, algo que é bem diferente da sua vivência também. Me conta um pouco dessa relação com você e suas personagens?

Quando você vai fazer um personagem, a primeira coisa que você faz, pelo menos que eu faço, como processo, é entrar nesse grau comparativo. O que ela tem de diferente de mim? O que ela tem de mais claro? De mais nebuloso? E sem dúvida nenhuma o que mais me chamou atenção na Lumiar foi realmente retratar uma mulher que não quisesse ser mãe, porque para mim sempre foi uma certeza. Então entender essa mulher, entender os motivos dela e como ela se coloca diante dessa questão é um aprendizado enorme para mim, porque eu tenho a chance de tentar me aproximar dessa verdade. E sempre foi assim, com todas as minhas personagens, eu sempre tive curiosidade de colocar esse ponto de referência e pensar na vida sob aquele aspecto. O ponto de partida é sempre um pouco a nossa experiência pra gente construir uma narrativa que dê conta de interpretar essas questões.

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Quando o Davi tinha 15 anos mais ou menos, você se mudou para Miami com o José e o Tiago. Como foi lidar com essa distância com o seu primogênito?

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Quando a gente se mudou para Miami, o Davi quis ficar porque faltava um ano e meio para ele terminar a escola – ele estudou na mesma escola a vida inteira, tinha os mesmos amigos e queria terminar a escola com os amigos dele. E isso foi completamente compreensível, até porque o pai dele ia ficar, então ele tinha esse lar. Foi natural deixar ele, mas obviamente eu sofri muito.

A gente vai se preparando para o filho sair de casa depois dos 18, quando você deixa de morar com ele aos 15, dá um desespero. Mas, ao mesmo tempo, cada vez que eu voltava, eu via ele amadurecendo de um jeito diferente. E ele pôde também ter essa experiência de morar com o pai. Então acho que no fim das contas, a vida ajeita as coisas, sabe? As coisas foram como tinham que ser. Na época eu sofri, mas hoje eu vejo como foi importante pra ele. E ele cresceu de um jeito muito bonito; no fim é isso que a gente quer.

Como a maternidade mudou você para melhor?

A maternidade dá a oportunidade de todo mundo ser melhor. Não sei se muda todo mundo. Mas sem dúvida nenhuma, ela é um caminho pra gente ser melhor, porque eu acho que a grande dificuldade do ser humano é se colocar no lugar do outro. E quando você tem um filho, você não só se coloca no lugar do outro, como é capaz de dar sua vida pro outro. Então eu acho uma grande oportunidade de crescimento psíquico, de entendimento do que a gente é, do que a gente faz, até onde a gente vai, os nossos limites, nossos anseios mais profundos. E eu acho que eu sou muito atenta a isso. Eu gosto desse assunto, gosto de me ver como mãe, de identificar esses sentimentos e essas qualidades maternais, e os defeitos também, né? Porque mãe tem um monte de defeitos. Mas acho que é uma grande oportunidade de aprender, profundamente, a ser uma pessoa melhor todos os dias. A gente começa a querer ser melhor não só pra gente, mas para os filhos também.

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