Projeto de terceirização surpreendentemente aprovado - depois de 19 anos tramitando no Congresso - as empresas finalmente poderão contratar trabalhadores terceirizados para exercerem cargos nas suas atividades-fim. Ele vale, entretanto, apenas para funções secundárias. Tira direitos do trabalhador? Segundo Delfim Netto, não.
"A terceirização não atinge nenhum dos direitos que estão na Constituição. Para fazer isso, é preciso mexer na Carta Magna. Isso não é o desejo do governo e nem a sociedade concordaria", explicou ontem o ex-ministro e constante interlocutor de Temer à coluna.
Então, por que o Brasil demorou tanto tempo para aprovar a pauta? "Ela contraria fortemente os sindicatos. Marca o início do processo para se acabar com o imposto sindical. Ela ataca os sindicatos, a receita do sindicatos. Esse imposto sindical é um escândalo".
No ver de Delfim, a reforma trabalhista será aprovada e tampouco mexe com os direitos do trabalhador garantidos na Constituição. E ironiza: "a reforma dará ao trabalhador a ideia de que ele não é insuficiente e ao empresário, a noção que ele não é um ladrão."