
Apesar de ter enterrado o "volta, Lula" nos últimos dias, logo na chegada ao jantar em homenagem a Marta Suplicy - oferecido a 230 convidados, anteontem, por Eleonora e Ivo Rosset, em sua casa, nos Jardins -, o ex-presidente foi surpreendido por Randolfe Rodrigues, candidato do PSOL ao Planalto. "Se você for candidato, retiro meu nome, pois não há espaço para dois filhos de Garanhuns na eleição", disse o senador. Lula agradeceu e riu. Outros apelos para que volte? Muitos, mas ele foi enfático em seu apoio a Dilma.
Na mão contrária, Eunício Oliveira, candidato do PMDB ao governo do Ceará, agradeceu a Lula pelo apoio. E Romero Jucá passeava pela sala, ansioso com a situação eleitoral. Seu partido decidirá se apoia ou não Dilma em 10 de junho, estratégicos onze dias antes da convenção do PT.
De bom humor, Lula conversou com quase todo mundo. As declarações de Ronaldo? Copa? "Vai dar tudo certo, o Brasil vai ganhar." Nas perguntas mais capciosas sobre eleições e o Mundial, o mote foi que ambas as questões "estão bem encaminhadas". E fez questão de frisar que, depois das recentes viagens a Bolívia e Espanha, se dedicará, de agora em diante, à campanha da presidente. Lembrou, ainda, que estará em BH, sexta-feira, onde, ao lado de Dilma, participa do lançamento da pré-candidatura de Fernando Pimentel ao governo mineiro.
Lula se sentou a uma das onze mesas espalhadas pelo jardim, ao lado de Marta, Marcio Toledo, Ana Estela e Fernando Haddad, os anfitriões e também Lázaro Brandão - o banqueiro nunca sai de casa à noite. "Mas, quando o convite vem de Marta, aceito", justificou. Brandão foi elogiado por Lula. "Com sua energia, o senhor é um exemplo para todos nós."
Já Aldo Rebelo não deu sinais de preocupação com manifestações e problemas de infraestrutura na Copa. E Lindbergh Farias, que vai disputar o governo do Rio, "lamentou" a saída de Cabral das eleições. Com humor bem carioca, avaliou que, "candidato ao Senado, ele puxaria a candidatura de Pezão para baixo".
Sem Lula por perto, falou-se, em certa roda, sobre uma pesquisa em Minas, feita pelo Instituto Veritas, na qual Aécio vence Dilma por 45% a 29%. Mas Lula ganharia do mineiro por 40% a 39%. Pernambuco? Segundo pesquisas internas do PT, Campos venceria Dilma, mas perderia para Lula.
Direto da França, Christian Pellerin - empresário responsável pela construção da pirâmide do Louvre e parte dos edifícios La Défense - tinha o sonho de conhecer o ex-presidente. Conseguiu. E Fábio Franchini e Farid Eid, da Brasil Insurance e MGM Segurados, contaram a Lula que, enquanto nos EUA 90% dos americanos têm seguro, no Brasil são apenas 26%.
Mas a noite não foi só da política. Animada, Alcione cantou, acompanhada pelo pianista Silmar Cunha e os violonistas Edu Krieger e João Suplicy - e dedicou Loba a Lula, uma das preferidas do ex-presidente. O que agradou a tribo da cultura, como Aníbal Massaini, Luiz Carlos e Bruno Barreto, Ziraldo, Camila Pitanga, Bruna Lombardi, Carlos Alberto Riccelli e boa parte dos colaboradores da ministra, como Manoel Rangel, da Ancine, e Angelo Oswaldo, do Ibram. Moda? Gloria Kalil e Maythe e Anderson Birman.
A única preocupação explícita de Lula? Saber se seu filho Fabio Lulinha havia jantado bem. Antes de sair, o ex-presidente foi à cozinha agradecer a todos. E, pacientemente, tirou fotos com cada um.