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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

‘Vivenciar a gravidez em ano eleitoral foi complicado’, diz Gabriela Prioli, que lança segundo livro

A advogada e apresentadora trabalhou durante os nove meses de gravidez

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Foto do author Marcela Paes

Com milhões de seguidores nas redes sociais, a apresentadora e advogada Gabriela Prioli lança agora seu segundo livro, Ideologias, pela Cia das Letras. Acostumada a falar sobre assuntos considerados complexos para o grande público, ela trabalhou durante seus nove meses de gravidez. “Quis dividir o meu tempo entre o meu trabalho e a vivência das coisas da maternidade. Eu diria que eu consegui, fiz o melhor que eu pude”, diz ela à repórter Marcela Paes. Leia abaixo a entrevista.

A escritora, apresentadora e advogada Gabriela Prioli Foto: Divulgação

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Em “Ideologias” você fala sobre assuntos que muita gente não domina. Como é a resposta do público?

Muita gente me diz que a partir da minha fala, da forma como eu me comunico, passou a se sentir pertencente e legitimada. Elas se sentem mais seguras e mais conscientes das próprias opiniões e posições. Isso é o que me deixa mais feliz. É para isso que eu faço o meu trabalho, para incluir mais gente na conversa.

Você é uma mulher que é considerada, pela maioria, bonita. Isso já atrapalhou o seu trabalho?

Eu problematizaria o ‘bonita’. Obviamente que a gente tem um padrão e a partir desse padrão você vai enfrentar dificuldades diferentes, se você se enquadra nele ou se você se distancia dele. Não consigo fazer uma avaliação sobre me atrapalhar mais ou menos, entende?

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Claro.

Mas tenho muitos benefícios por me adequar ao padrão vigente. Muitos. É um privilégio. O que eu diria que atrapalha, mais do que essa adequação ao padrão, é a pessoa se mostrar preocupada com a aparência. Eu me arrumar, colocar um acessório ou me apresentar de uma maneira que chama atenção é associado ao feminino e consequentemente as pessoas interpretam isso como algo que me distanciaria de outros espaços. Do espaço da intelectualidade, do espaço do poder, do espaço do dinheiro. O que as pessoas menosprezam é aquilo que é associado ao feminino e não necessariamente aos traços.

Como é trabalhar com um tema que anda tão inflamado quanto a política, principalmente nas redes sociais?

A avaliação das redes sociais deve ser feita com um distanciamento. Porque nem sempre o que faz mais barulho representa a maioria das pessoas que estão presentes nas redes. Muitas vezes as pessoas dizem que fulano de tal está sendo cancelado, mas na hora em que você analisa o número de tweets necessários para um assunto ir para o trending topics não é tão grande nem tão significativo. Temos que tomar cuidado com viés de exponibilidade, que é aquilo que a gente acha que acontece mais, mas é uma ilusão, não representa a realidade.

Você se abate com ataques pessoais?

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Muitas vezes atinge, mas é necessário saber que as pessoas estão ali também comunicando as suas dores e projetando a sua própria sombra. Isso não tem a ver comigo pessoalmente, é um problema da pessoa. Mesmo assim, não é fácil lidar com isso. Acho que se eu tivesse chegado nesse mundo mais nova, eu teria um pouco mais de dificuldade. Acho que a minha maturidade e a minha trajetória já me ajudam a não permanecer na dor quando existe um ataque pessoal. Não que ela não exista, mas eu não fico ali, eu sigo e vou fazer o meu trabalho.

Você está grávida de nove meses. Sentiu receio de lidar com ‘ataques’ na gestação?

As gravidezes são diferentes. A minha foi tranquila e a partir dessa realidade, pude trabalhar. Cada um tem a sua própria vivência. É claro que ter vivenciado a gravidez num ano eleitoral foi complicado. Quis dividir o meu tempo entre o meu trabalho e a vivência das coisas da maternidade como fazer meu enxoval, pensar no nascimento da minha filha, celebrar. Eu diria que eu consegui, fiz o melhor que eu pude. Não acho que o equilíbrio foi justo com a minha filha, acho que ela mereceria um pouco mais de atenção, mas foi o que eu consegui. Não sou uma pessoa que fica se martirizando.

Ser mãe era um sonho pra você? Planejou essa gravidez por muito tempo?

Não classificaria o ser mãe como um sonho. Eu tinha vontade de educar uma pessoa, mais do que de gerar e eu não tinha certeza se vivenciaria uma maternidade biológica. Mas eu e meu marido resolvemos tentar. Depois que eu tirei o DIU, demorou algum tempo para conseguir. Após um ano, fui a uma médica para começar a direcionar o comportamento para período fértil, essas coisas. E eu achei um saco, muito chato. Você fica uma cobrança e aí chega a sua menstruação você fica triste. Aí eu decidi que eu ia congelar óvulos, porque eu já estava com 35. Quando eu decidi, na hora em que eu desencanei, engravidei naturalmente.

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