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Ike Turner, pioneiro do rock e ex-marido de Tina, morre aos 76

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Por BOB TOURTELLOTTE E DEAN GOODMAN

Ike Turner, que foi um pioneiro do rock'n'roll, mas acabou ficando mais conhecido pela acusação de que batia na ex-mulher Tina Turner, morreu na quarta-feira, aos 76 anos, em sua casa, perto de San Diego. Seu agente, Scott Hanover, não informou a causa da morte. Após anos de ostracismo, Turner ensaiava uma volta. Em fevereiro, recebeu seu primeiro Grammy em 35 anos por um elogiado disco de blues. Também colaborava com as idéias musicais do produtor Danger Mouse, membro da dupla Gnarls Barkley. O ex-DJ Turner pode ser considerado uma espécie de inventor do rock'n'roll por sua canção "Rocket 88", de 1951. Nas décadas de 1960 e 70, teve enorme popularidade formando uma dupla com Tina e energizando as platéias com músicas como "Proud Mary" e "River Deep Moutain High". Mas Ike Turner era também um homem violento, segundo Tina e outras pessoas, como o guitarrista Keith Richards, dos Stones, que disse tê-lo visto certa vez dando uma coronhada em um colega músico. "Ike agia como um cafetão maldito", disse Richards à Vanity Fair em 1993. A autobiografia "Eu, Tina" e o filme "Tina" (1993) ajudaram a fazer de Ike um dos mais notórios vilões da indústria fonográfica. A cantora disse que seu ex-marido se acostumou a abusar dela e humilhá-la durante 16 anos, o que a teria levado a uma tentativa de suicídio em 1968. Ele quebrou suas costelas, jogou café quente na cara dela, a queimou com um cigarro e socou seu nariz com tanta frequência que a obrigou a fazer uma cirurgia -- sempre segundo a versão dela. Uma assessora de Tina Turner, que vive semi-aposentada na Europa, declarou que "Tina está ciente de que Ike faleceu hoje. Ela não mantinha contato com ele havia mais de 30 anos".

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