COPENHAGUE — O Rei Carlos XVI, responsável pela Academia Sueca, anunciou nesta quarta-feira, 18, uma reforma dos estatutos da instituição que concede o Prêmio Nobel de Literatura para permitir a renúncia real de seus membros, em meio a uma crise decorrente de denúncias de assédio e abuso sexual.
Cinco acadêmicos abandonaram suas vagas na última semana, entre eles a secretária permanente Sara Danius, mas a medida é simbólica e só se traduz em não participar das votações e atividades. O pertencimento à instituição é vitalício e novos membros só são eleitos quando um deles morre.
O regimento da Academia, fundada em 1786, não incluem referências a como deixá-la por desejo próprio, uma opção "natural", disse em comunicado a Casa Real. A nota ainda assinala que o número de membros que não estão participando atualmente compromete "de forma grave" seu funcionamento e impedem uma "necessária reconstrução".
Apenas 11 dos 18 assentos da academia estão ocupados, um a menos do que os necessários para eleger um novo membro ou tomar decisões, como as referentes ao Nobel de Literatura.
"É um ponto comum do direito sueco e internacional que quem não quer ser membro de uma associação tenha a possibilidade de renunciar. Isso deve valer também para a Academia Sueca", disse o rei num comunicado.
A reforma, que a Casa Real havia insinuado há alguns dias, implicará também que se considerarão fora da academia quem não participar de suas atividades durante dois anos.