ENVIADA ESPECIAL / PARATY - Em outubro, o Festival Mário de Andrade vai se espalhar pela região da Biblioteca Mário de Andrade levando editoras, livrarias, coletivos e quem mais quiser ocupar as barracas que a Secretaria Municipal da Cultura vai instalar no caminho entre a biblioteca e o Teatro Municipal. O anúncio foi feito pelo secretário Alê Youssef e por Joselia Aguiar, diretora da Mário de Andrade, nesta sexta, 12, na Casa Paradoxos, na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
O festival literário ainda está tomando forma e os chamamentos públicos serão feitos, mas a data já está marcada: 4, 5 e 6 de outubro. Além das barracas para venda de livros, divulgação e pequenos eventos, haverá outros três palcos - na Praça Dom José Gaspar, na Praça das Artes e no Teatro Municipal - e os espaços internos da Biblioteca serão usados para cursos e aulas. Os autores que forem escalados para a programação assumem, ao aceitar o convite, o compromisso de falar também em outros equipamentos culturais localizados em outras regiões de São Paulo.
“O Festival Mário de Andrade vai ser a Virada do livro”, diz Joselia Aguiar na Flip 2019. Ela explica que Mário de Andrade apenas empresta seu nome ao evento, que sua obra não vai, necessariamente, nortear a programação.
“O projeto do Festival Mário de Andrade é um marco de valorização do livro e da leitura nesse momento em que temos problemas relacionados ao mercado editorial e aos índices de leitura. É uma ação necessária de difusão literária, um dos principais eixos da Secretaria”, disse Youssef. “É uma afirmação da valorização do pensamento no momento em que o pensamento está sendo atacado no Brasil”, completou.
Ainda não há informações sobre o valor do festival, mas segundo o secretário, por ser a primeira edição, o investimento não vai ser alto e já há parceiros internacionais interessados em ajudar trazendo autores de outros países.
Sobre a perenidade do projeto, ele disse: "A grande estratégia é construir coletivamente com a sociedade civil para que a gente tenha uma força tamanha que qualquer tipo de retrocesso no futuro seja impossível".
O anúncio do novo festival ocorre no momento em que Aldo Valentim, secretário-adjunto de Alê Youssef pede para ser exonerado da Secretaria Municipal de Cultura dizendo não concordar com a política de eventos de Youssef.
“É uma manifestação basicamente de recalque. A pessoa ficou incomodada por ter saído do projeto. Nomeamos Regina Pacheco, uma das maiores especialistas em administração pública do País, para que possamos consolidar nossas políticas públicas da melhor forma possível. No que diz respeito a eventos, um evento está dentro de um conceito de criação de um calendário integrado, público e privado, que faz parte de um projeto de ocupação cultural da cidade, e que é, sim, uma política pública importante que se soma a uma série de políticas importantes. Eu realmente vou continuar anunciando muitos e muitos eventos sem parar, sem parar, sem parar”, disse ao Estado.
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