Prepare o tênis, escolha uma roupa confortável. Separe uma mala de rodinhas se estiver nos seus planos, e no seu orçamento, atualizar a lista de leitura. Começa neste sábado, 2, a Bienal do Livro de São Paulo – e Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro, sugere ainda que quem for à feira no Expo Center Norte vá sem pressa. “Não dá para só dar uma passadinha”, diz.
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São 65 mil m², 182 expositores, 3 milhões de exemplares à venda, 9 espaços oficiais para debates e encontros, mais de 300 escritores convidados e 1.500 horas de programação na Bienal do Livro 2022. Veja aqui os destaques do primeiro fim de semana.
Há mais de 50 anos, a Bienal é um passeio para toda a família, e ela tem sido ponto de encontro de jovens leitores e porta de entrada de muitas crianças para o mundo da leitura. Este ano, aliás, 25.520 alunos da rede municipal ganharam vales de R$ 60 para a compra de livros na feira (66.498 mil professores também).
Ou seja, quem visitar o evento até domingo, 10, vai ter o que ver, ouvir e comprar. São esperadas 600 mil pessoas.
A Bienal é, também, uma grande vitrine para o mercado editorial, que passou os últimos anos – de pandemia e, antes, de recessão – tentando equilibrar as contas e dar visibilidade aos lançamentos. E é a oportunidade de encontrar pessoalmente os leitores com quem dialogam sobretudo nas redes sociais.
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“Muita coisa aconteceu nesses dois anos sem Bienal (a de 2020 foi cancelada), alguns autores não chegaram sequer a ter um lançamento presencial. Sabemos que tem muita gente na expectativa desses encontros: tanto autores quanto leitores. E queremos que esse momento seja especial”, comenta Lilia Zambon, gerente de Marketing da Companhia das Letras. O grupo editorial, que adquiriu recentemente a Brinque-Book e a JBC, vai separar seu estande em três este ano – para adultos, crianças e, pela primeira vez, para os jovens aproveitando o aniversário de 10 anos da Seguinte.
Segundo Bruno Zolotar, diretor comercial e de marketing da Rocco, 70% dos livros no estande da editora de Harry Potter e Jogos Vorazes são destinados aos adolescentes e jovens adultos (YA). Clarice Lispector, a grande escritora da casa carioca, Clarissa Pinkola Estes, autora do clássico best-seller Mulheres Que Correm Com Lobos, e Margaret Atwood, porém, terão um espaço de destaque.
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A expectativa é boa e Zolotar espera um crescimento de pelo menos 20% nas vendas em relação à última edição. Para além das vendas, ele acredita que a Bienal se tem tornado um espaço de interação com o público e de entretenimento, como é a Comic Con. “Por isso, por exemplo, teremos cosplays, área para os tiktokers produzirem vídeos e áreas cenográficas para Instagram.”
No caso da Rocco, esse espaço instagramável é dedicado à divulgação de Entrevista com o Vampiro, livro de Anne Rice publicado em 1976 que inspirou uma série que vai estrear ainda este ano.
As editoras estão apostando mesmo na cenografia dos estandes. A Companhia das Letrinhas reproduziu a banheira do Pum, o cachorrinho da série best-seller de Blandina Franco e José Carlos Lollo. Já a Record leva uma réplica da famosa estátua de Carlos Drummond de Andrade, de Copacabana, para celebrar a volta do autor ao seu catálogo e os lançamentos infantojuvenis do escritor. E as crianças que passarem por lá poderão tirar foto da cadeira que remete a Roald Dahl, criador de Matilda, que também chega ao catálogo da editora.
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A maioria das editoras prevê descontos e brindes. Na Rocco, eles são progressivos, quem gastar mais de R$ 100 ganha um brinde e quem comprar Mulheres Que Correm Com Lobos ganha uma bolsa. A Companhia das Letras também promete algumas “ações especiais”. Na Planeta, o preço médio será cerca de 20% abaixo do preço de capa.
A Planeta, aliás, é um caso interessante de editora que participa com estande, mas não vende diretamente ao leitor – nem fora nem dentro da feira. “Entendemos que a venda é uma especialidade da livraria e, como temos cada vez menos livrarias, preservar as que estão aí é uma questão de sobrevivência para a cadeia do livro”, explica Gerson Ramos, diretor comercial da Planeta, que contratou a Vila para fazer suas vendas.
Ramos concorda que o grande público da Bienal do Livro é, hoje, o leitor que tem entre 16 e 30 anos – mas cujo interesse não se resume a livros da moda. “Um público ávido por conhecimento que tem movimentado as livrarias”, ele diz – e que descobriu o selo Paidós e seus livros de ciências humanas.
A Bienal vai durar 9 dias, mas a ideia é que ela seja apenas o início de um movimento que continuará nas livrarias. Nesse sentido, a maior novidade desta edição é o espaço de 300 m² idealizado por um coletivo de livreiros. Na Grande Livraria serão vendidas obras das editoras e autores participantes, mas também das que não foram este ano, como a 34. Quem optar por comprar ali vai ganhar um vaucher para usar depois em qualquer uma das lojas participantes.
Bienal Internacional do Livro de São Paulo
- 2 a 10 de julho 2ª a 6ª, das 9h às 22h, e sábado e domingo, das 10h às 22h. A entrada é autorizada até as 21h
- Expo Center Norte (Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme)
- Ingressos: R$ 30
- Confira aqui dicas para organizar sua visita à Bienal