Bono revela, em autobiografia, que sofreu ameaça de morte na Irlanda e nos EUA

Líder do U2 conta, em ‘Surrender: 40 Songs, One Story’, que foi ameaçado pela organização terrorista IRA e pela extrema direita americana

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Por Redação
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Bono Vox, vocalista do grupo U2, revela que foi alvo de ameaças de morte no Reino Unido e nos Estados Unidos por causa de suas opiniões políticas.

O cantor fez as revelações ao jornal The Times durante o Festival de Literatura de Cheltenham, na Inglaterra, onde foi divulgar seu livro de memórias Surrender: 40 Songs, One Story, que será lançado em 1º de novembro simultaneamente em diversos países, inclusive no Brasil, pela editora Intrínseca.

Capa do livro 'Surrender - 40 Songs, One Story', que será lançado em 1º de novembro Foto: Editora Intrínseca

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O cantor disse que ele e sua mulher Ali foram alvos do IRA, o Exército Republicano Irlandês, conjunto de diversos grupos paramilitares irlandeses que, ao lutar contra a influência Britânica na ilha da Irlanda, foi responsável por dezenas de mortes em atentados ao longo dos anos 80 e 90, em Inglaterra e na Irlanda do Norte.

Bono contou que, ao se manifestar contra os métodos da organização terrorista, isso provocou “uma grande perda na angariação de fundos para o IRA nos Estados Unidos”, citado pelo The Times. Segundo ele, “um famoso líder de um gangue em Dublin” tinha “planos para raptar” as suas filhas. “Os membros do gangue vigiaram nossa casa durante vários meses e havia mesmo um plano elaborado” para o rapto.

Bono, durante um evento em Roma, em maio de 2022: cantor revela muitos detalhes no livro. Foto: GUGLIELMO MANGIAPANE

Bono disse que também nos EUA recebeu ameaças de morte, mas por membros de organizações de extrema direita. As ameaças aconteceram em um concerto no Arizona, depois de os U2 terem interpretado Pride, uma canção que homenageia a luta de Martin Luther King pelos direitos dos negros. Bono já tinha sido avisado de que, se cantasse esse tema, seria assassinado a tiro durante a atuação. Isto não intimidou o grupo: Bono começou a entoar Pride e sentiu-se “messiânico”, como disse ao The Times. Ele se ajoelhou, fechou os olhos e começou a cantar.

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“Foi quando percebi da gravidade da situação e fechei os meus olhos. Ser assassinado a tiro era uma pequena possibilidade, mas só por precaução fechei os olhos”. A canção acabou, Bono abriu os olhos e teve uma surpresa: viu que o seu baixista, Adam Clayton, tinha ficado à sua frente, de pé, durante toda a canção, para protegê-lo de um eventual tiro.

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