A comemoração dos 50 anos da publicação de Cem Anos de Solidão, a obra mais famosa do Nobel de Literatura colombiano Gabriel García Márquez, começou na quinta-feira, 26, com uma leitura coletiva na cidade caribenha de Cartagena. "Organizamos, no âmbito do Hay Festival, uma leitura coletiva com a ideia de abrir o ano em que se recorda esse sucesso, essa epopeia, que é Cem Anos de Solidão", disse à AFP Jaime Abello, diretor da Fundação para o Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI), fundada por García Márquez, morto em 2014. A partir desta quinta-feira e até sábado, 60 pessoas lerão, em ciclos de duas horas, trechos do romance sobre a família Buendía, que foi lançado em junho de 1967 pela editora Sudamericana de Buenos Aires, acrescentou. A leitura contará com a participação de 20 literatos e personalidades que comparecem ao Hay Festival - que ocorre entre esta quinta e domingo -, 20 autoridades de Cartagena e amigos do Gabo, e 20 cidadãos escolhidos, após uma convocatória pública dos organizadores. "Deve-se manter a atenção aos clássicos, (...) e esta é uma das maiores criações literárias", explicou Abello, acrescentando que a leitura será realizada em diferentes idiomas, como espanhol, francês, inglês e português. Cartagena foi escolhida como lugar de abertura das comemorações por ser considerada "a cidade de García Márquez", acrescentou. A cidade caribenha foi testemunha dos primeiros passos de Gabo como jornalista, no diário El Universal, e guarda as cinzas do escritor, nascido no município de Aracataca em 1927. Uma das casas que pertenceram a ele também se encontra na cidade. García Márquez, ganhador do Nobel em 1982, morreu em abril de 2014 no México, onde vivia com a sua esposa, aos 87 anos. Abello indicou que durante 2017 serão realizadas outras atividades para homenagear "Cem anos de solidão", incluindo eventos no Chile e na Argentina, entre outros países
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