Com uma obra que reduz as barreiras entre realidade e ficção, o escritor francês Emmanuel Carrère foi anunciado nesta quarta-feira, 9, na Espanha, como o vencedor do Prêmio Princesa das Astúrias das Letras.
O também roteirista e diretor parisiense de 63 anos criou uma "obra personalíssima que gera um novo espaço de expressão que apaga as fronteiras entre a realidade e a ficção", anunciou o júri, que se reuniu de forma virtual pela pandemia de covid-19.
![](https://www.estadao.com.br/resizer/v2/LZ6HAAKRXFLLLIM7AQEV26DVUA.jpg?quality=80&auth=037a09a0c65c6496e45eb64fa14e1b71e5e8f12ecb9e00d3845c319a2cb62d9f&width=380 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/LZ6HAAKRXFLLLIM7AQEV26DVUA.jpg?quality=80&auth=037a09a0c65c6496e45eb64fa14e1b71e5e8f12ecb9e00d3845c319a2cb62d9f&width=768 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/LZ6HAAKRXFLLLIM7AQEV26DVUA.jpg?quality=80&auth=037a09a0c65c6496e45eb64fa14e1b71e5e8f12ecb9e00d3845c319a2cb62d9f&width=1200 1322w)
O júri, presidido por Santiago Muñoz Machado, diretor da Real Academia Espanhola, o elogiou como um escritor que faz "um retrato incisivo da sociedade atual e exerceu uma influência notável na literatura de nosso tempo".
Conhecido principalmente por O Adversário (2000), umlivro que é comparado com frequência a A Sangue Frio (1966) do americano Truman Capote, Carrere publicou o primeiro romance, "L’amie du jaguar", em 1983.
Mas foi a partir de O Adversário, a história real de Jean-Claude Romand, que em 9 de janeiro de 1993 matou a família e tentou cometer suicídio sem sucesso, que passou a desenvolver seu texto de não ficção, no qual mistura a própria experiência com as vidas de pessoais reais.
A vencedora do prêmio de Letras do ano passado foi a canadense Anne Carson.
O prêmio Princesa das Astúrias homenageia pessoas e instituições de diversas áreas, que vão da pesquisa científica aos esportes, passando pela cooperação internacional e as ciências sociais.
O vencedor recebe 50 mil euros e uma escultura criada pelo falecido artista catalão Joan Miró.