O escritor Paul Beatty ganhou nesta terça-feira, 25, em Londres, o prêmio Man Booker por seu romance satírico The Sellout, convertendo-se no primeiro estadunidense a receber o prestigioso reconhecimento literário nos 48 anos da história da premiação britânica.
Visivelmente surpreendido ao escutar o nome do vencedor, Paul Beatty não estava entre os favoritos nas rodas de apostas. Havia expectativa de que a canadense Madeleine Thien fosse a escolhida por sua épica obra Do Not Say We Have Nothing. Camilla, duquesa de Cornwall, entregou o cheque de 50 mil libras (US$ 60,9 mil) ao escritor californiano.
Até há três anos, o Man Booker Prize somente admitia escritores do Reino Unido, Irlanda e da Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth), mas recentemente a premiação também tem dado boas vindas a autores de fala inglesa de outras nacionalidades.
Nascido em Los Angeles, Paul Beatty, de 54 anos e professor da Universidade de Columbia em Nova York, oferece em The Sellout um enfoque satírico das relações raciais modernas nos EUA. A história, de grande carga psicológica, se desenvolve na cidade natal do autor e trata da trajetória de um jovem negro do subúrbio da cidade californiana. Os jurados afirmaram que o livro é "uma novela de nossa época" e elogiaram a maneira pela qual o escritor abordou "tabus raciais e políticos com engenho, ímpeto e garra".
The Sellout é a quarta obra de Paul Beatty, que já publicou, desde 1996, os livros The White Boy Shuffle, Tuff e Slumberland.
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