Exposição sobre Graciliano Ramos no MIS permanece fechada

Decisão foi tomada após o furto de uma caneta que pertenceu ao escritor; mostra está montada no MIS-SP desde terça, 16

PUBLICIDADE

Atualização:

Atualizado 19/9, 17h13.

PUBLICIDADE

A exposição Conversas de Graciliano Ramos, aberta ao público na terça-feira, 16, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, permanece fechada nesta sexta-feira, 19, e no fim de semana (dias 20 e 21), após o furto de uma caneta autêntica que pertenceu ao escritor alagoano. O incidente aconteceu entre terça e quarta-feira, 17. Um boletim de ocorrência foi registrado, na noite desta quinta, pela curadoria, na 78.ª Delegacia de Polícia, que atende a região. Uma vitrine de acrílico será instalada sobre a mesa que exibe alguns objetos do escritor, como as canetas o tinteiro, uma máquina de escrever, documentos originais, uma primeira edição de Sagarana, autografada por Guimarães Rosa para Graciliano e a carta do alagoano (nunca enviada) a Getúlio Vargas.

“A caneta compõe o acervo do Museu Casa Graciliano Ramos, em Palmeira dos Índios (AL), e não possui nenhum valor comercial, sequer funciona”, diz o diretor executivo do MIS, André Sturm, em nota. “Ela é um patrimônio do Brasil e fazemos um apelo para que a pessoa que esteja com ela a devolva para o MIS”. Ao Estado, Sturm disse que um monitor do MIS ficará circulando na exposição para garantir a integridade dos objetos.

Mostra. A foto à esquerda foi tirada na terça-feira, 16, de manhã, e a imagem à direita é da tarde de quarta, 17; proteção será instalada Foto: Felipe Rau e Guilherme Sobota/Estadão

Na segunda-feira, 22, às 19h, ocorre um coquetel de lançamento do livro Conversas, organizado por Ieda Lebensztayn e Thiago Mio Salla, a ser publicado pela Editora Record – no qual a exposição é baseada. O lançamento é aberto ao público.

“Provavelmente a pessoa que pegou essa caneta nem sabe o valor que ela possui, exclusivamente sentimental e histórico, nenhum comercial”, afirmou o diretor do setor de conservação e divulgação do Museu Casa Graciliano Ramos, João Tenório Pereira. “Não é feita de nenhum material nobre, é uma caneta comum. Espero que a próxima matéria que você publicar seja dizendo que ela foi devolvida”, disse Pereira à reportagem.

Na terça-feira, turmas de algumas escolas visitaram a mostra. O fluxo de pessoas no Museu tem estado muito acima da média por causa da exposição sobre o Castelo Rá-Tim-Bum (que não abre às segundas-feiras). A mostra multimídia de Graciliano Ramos fica numa sala à direita de quem entra na fila para o Castelo. Com curadoria de Selma Caetano, a mostra reúne, além dos objetos do escritor, fotografias, vídeos e um painel interativo com depoimentos sobre a obra de Graciliano, por Luiz Costa Lima, Marcelino Freire, Luiz Ruffato e outros – a entrada é gratuita.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.