Escritora e crítica cultural, a paulista Heloísa Buarque de Hollanda, de 83 anos, foi eleita na quinta, 20, nova imortal da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 30, vaga desde a morte da escritora Nélida Piñon, em dezembro de 2022. Heloísa passa a ser a 10.ª mulher eleita para a ABL.
Formada em Letras Clássicas pela PUC-Rio, com mestrado e doutorado em Literatura Brasileira na UFRJ e pós-doutorado em Sociologia da Cultura na Universidade Columbia, em Nova York, Heloísa definiu um campo de pesquisa que privilegia a relação entre cultura e desenvolvimento, segmento em que se tornou referência, dedicando-se às áreas de poesia, relações de gênero e étnicas, culturas marginalizadas e cultural digital.
Nos últimos anos, vem trabalhando com o foco na cultura produzida nas periferias das grandes cidades, no feminismo, bem como no impacto das novas tecnologias digitais e da internet na produção e no consumo culturais.
Furor
Entre os livros que publicou, destaca-se a histórica coletânea 26 Poetas Hoje, de 1976, que revelou uma geração de poetas “marginais” que entrou para a história da literatura brasileira, como Ana Cristina Cesar, Cacaso e Chacal. Essa antologia é considerada um divisor de águas entre uma poesia canônica e uma poesia contemporânea e performática. Segundo a autora, o livro causou furor na época.
Em 2021, Heloísa reuniu em uma edição de As 29 Poetas Hoje, segundo ela, as vozes de uma geração pulsante e combativa, que impressiona pela força, coragem e pelo talento.
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