O mercado de livros digitais no Brasil segue no seu tímido crescimento. Em 2016, o volume de livros digitais vendidos no varejo foi 6,89% do total. No ano anterior, eram 4,27%. Isso no segmento trade, ou seja, obras de ficção e não ficção destinadas ao público geral. Os números são estimativas do Global E-book Report, relatório da empresa de consultoria austríaca Rüdiger Wischenbart. A edição de 2017 será publicada na próxima segunda-feira, 15, disponível no site global-ebook.com.
Com a queda do mercado editorial total (foram -3,09%, segundo a Nielsen BookScan), o valor estimado do mercado de e-books permaneceu em R$35 milhões, mesmo valor de 2015, mas a participação no total aumentou.
De acordo com o relatório, a Amazon segue na liderança entre as livrarias: 55% dos e-books vendidos no Brasil (sem considerar a autopublicação) saem do site da empresa americana. O autor da parte brasileira do relatório, Carlo Carrenho, destaca dois crescimentos importantes no mercado brasileiro. Um deles é a consolidação do Google num “honroso” segundo lugar. O outro é o crescimento de mais de 500% da Bookwire (distribuidora de livros digitais).
“É importante sublinhar que esses dados não levam em conta os números da autopublicação. O mercado gera uma falácia: editores dizem que o crescimento digital é pequeno, mas é preciso notar a autopublicação. Olha como o catálogo da Amazon do KDP vem crescendo”, diz Carrenho - a empresa não divulga os números da plataforma. Por ora, os números são os únicos disponíveis no País quando o assunto é mercado digital em 2016. “É uma estimativa que dá um panorama bem razoável.” As estimativas são feitas a partir de dados colhidos com os maiores players do mercado - editoras, distribuidoras e livrarias.
Correções
Uma versão anterior do texto informava que o faturamento de livros digitais representava 6,89% das vendas das editoras. Na verdade, esse número corresponde a quantidade de livros digitais vendidos - foram 6,89% do total, no segmento trade, segundo a estimativa. O texto foi corrigido.
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