A escritora best-seller de romances policiais Ruth Rendell, autora de quase 70 livros publicados em 20 línguas, morreu neste sábado, 2, em Londres, aos 85 anos, anunciou sua editora.
Rendell sofreu um derrame em janeiro e, desde então, estava hospitalizada em estado crítico. “Estamos devastados pela perda de uma das nossas autoras mais queridas”, disse Penguin Random House em um comunicado. “Ela fará muita falta”, disse. Gail Rebuck, presidente da editora no Reino Unido, disse: “Ruth era muito admirada por todos na indústria editorial para seu brilhante trabalho.”
Rendell era conhecida por seus thrillers psicológicos, nos quais escavava em mentes criminosas, bem como pela bem-sucedida adaptação de TV de sua obra, The Ruth Rendell Mysteries. Seu personagem fictício, o inspetor Reginald Wexford, apareceu em seu primeiro romance From Doon to Death (1964) e continuou presente em seus livros ao longo de mais de cinco décadas de sua carreira.
“As pessoas gostam de meus livros, porque estão ligadas ao personagem de Reg Wexford. Sua vida, sua família, que foram construídas ao longo dos livros, apaixonam os leitores. Se você pensar bem, as histórias mais populares no mundo são as que contam o destino das famílias, os destinos do homem que evolui dentro de uma comunidade”, afirmou.
Para a também escritora Val McDermid, “Ruth Rendell era única”. “A grande família do romance policial britânico deve muito a esta escritora que, por 50 anos, mostrou constantemente que o gênero pode ser renovado de forma permanente”, acrescentou, em declarações ao The Guardian.
Traduzida para 26 idiomas e autora de cerca de 70 títulos, a britânica Ruth Rendell já vendeu milhões de cópias e alguns de seus títulos resultaram em filmes como Carne Trêmula, que o cineasta espanhol Pedro Almodóvar levou para o cinema em 1997, com o mesmo título, ou a obra Analfabeta, que o francês Claude Chabrol adaptou em La Cerimonie.
"Um romance, um conta ou um projeto de roteiro são como o isqueiro que acende meu pavio particular", disse Almodóvar ao apresentar a trilha sonora e o roteiro de Carne Trêmula, acrescentando que “o cinema deveria mostrar e explicar as coisas mais do que o romance, que conta com o recurso de utilizar os pensamentos dos personagens”.
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