Os melhores livros, segundo os prêmios literários de 2022

Confira 8 livros de ficção premiados este ano no Brasil, como ‘Uma Tristeza Infinita’ e ‘A Filha Primitiva’

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Foto do author Maria Fernanda Rodrigues
Atualização:

Em 2022, ao contrário do que já aconteceu em outros anos - por exemplo, em 2008, com O Filho Eterno, de Cristóvão Tezza -, não houve unanimidade nos prêmios literários. O melhor romance, segundo o júri do Prêmio São Paulo de Literatura, foi Uma Tristeza Infinita, de Antônio Xerxenesky, enquanto os jurados do Jabuti escolheram O Som do Rugido da Onça, de Micheliny Verunschk, como vencedor.

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A maioria dos prêmios reconhece os melhores livros publicados no ano anterior. Duas exceções na lista a seguir são A Filha Primitiva e Gótico Nordestino, publicados e premiados em 2022.

Selecionamos os melhores livros, segundo os prêmios literários, nas categorias de ficção. Outras obras também foram reconhecidas em 2022. Para ver, por exemplo, a lista de vencedores do Jabuti, o mais abrangente do País, clique aqui, e para conferir os premiados do Oceanos, que não faz distinção de gênero e este ano conferiu o primeiro lugar a uma obra de não ficção, aqui.

Romance, conto, crônica e poesia: 8 livros premiados em 2022 Foto: Reprodução/Estadão

Uma Tristeza Infinita

O romance de Antônio Xerxenesky, publicado pela Companhia das Letras e vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, é situado numa clínica psiquiátrica suíça depois da Segunda Guerra, nos anos 1950, e tem como protagonista um médico adepto da psicanálise que tenta compreender a melancolia, que acomete parte de seus pacientes e a si - e curá-la.

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O Som do Rugido da Onça

Neste romance vencedor do Prêmio Jabuti e terceiro lugar do Oceanos, Micheliny Verunschk entrelaça histórias do século 19 com a do Brasil contemporâneo e dá protagonismo às crianças. Em 1817, Spix e Martius desembarcaram no Brasil com a missão de registrar suas impressões sobre o país. Três anos e 10 mil quilômetros depois, os exploradores voltaram a Munique levando consigo não apenas um extenso relato da viagem, mas também um menino e uma menina indígenas, que morreriam pouco tempo depois de chegar em solo europeu. O livro foi publicado pela Companhia das Letras.

Terrapreta

Melhor romance de estreia do Prêmio São Paulo de Literatura, o livro de Rita Carelli, publicado pela 34, conta a história de Ana que, depois de um acontecimento traumático, deixa a rotina de estudante em São Paulo para morar com o pai, arqueólogo, numa aldeia do Alto Xingu.

A Filha Primitiva

Romance de estreia de Vanessa Passos, vencedor do Prêmio Kindle de Literatura e publicado pela Record como parte da premiação, conta a história de três gerações de mulheres de uma mesma família em Fortaleza, unidas pela dor e pelo abandono, separadas pela fé, pelo ceticismo e pelos segredos que guardam umas das outras.

Gótico nordestino

Cristhiano Aguiar ganhou o Prêmio Clarice Lispector, da Biblioteca Nacional, com este livro que traz nove contos. O autor mergulha nos elementos góticos e folclóricos e busca referências nas séries televisivas, no cinema e nos quadrinhos para criar narrativas que fogem da prosa literária tradicional. As histórias vão desde os tempos do cangaço, passando pela ditadura militar e chegando até um futuro próximo.

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A vestida: contos

Melhor livro de contos do Jabuti, A Vestida, o primeiro de Eliana Alves Cruz no gênero, mistura crítica social, referências à ancestralidade africana, pesquisa história, ironia, insurgência poética e um cuidado com o enriquecimento humano dos seus personagens - aqui, eles não estão soltos nos vãos da história, nos espaços invisíveis aos quais as vivências negras quase sempre foram relegadas, mas, sim, intimamente comprometidos com a vida e o tempo. A obra foi publicada pela Malê.

A Lua na Caixa D’água

Um dos melhores contistas de sua geração, Marcelo Moutinho ganhou o Jabuti na categoria crônica com A Lua na Caixa D’Água, também publicado pela Malê. Em seus textos, o autor escreve histórias de pai e filha, exalta o samba e o saber das ruas e lembra personagens como Dona Ivone Lara, Tia Maria do Jongo, Aldir Blanc.

Também Guardamos Pedras Aqui

Melhor livro na categoria poesia do Prêmio Jabuti - e ainda o vencedor do Livro do Ano -, Também Guardamos Pedras Aqui, de Luiza Romão, se volta à guerra de Tróia para demonstrar como a literatura ocidental foi erguida sobre a violência, em especial, contra a mulher. Trata-se de uma releitura da Ilíada do ponto de vista feminista. O livro foi publicado pela editora Nós.

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