AFP - O poeta venezuelano Rafael Cadenas recebeu o Prêmio Cervantes de Literatura das mãos do rei espanhol Felipe VI nesta segunda-feira, 24, em uma cerimônia em Alcalá de Henares, cidade onde nasceu o autor de Dom Quixote.
Visivelmente emocionado, Cadenas, o primeiro autor de seu país a ser contemplado com a honraria, recebeu a medalha e a escultura das mãos do rei. O poeta foi auxiliado a todo momento por sua filha Paula.
“É uma honra que me supera, estar diante de vocês, majestades, e junto com poetas e escritores que sempre admirei. É muito para quem lê estas palavras”, disse o autor de 93 anos ao iniciar um discurso no auditório da Universidade de Alcalá.
O escritor natural da cidade de Barquisimeto fez uma homenagem a Cervantes, nascido em 1547 em Alcalá, “cuja vida também foi um romance de aventuras” e seu imortal personagem Dom Quixote, cuja história “pode ser vista como um processo da normalidade à loucura, e daí novamente a um tipo de normalidade mansa”.
Ex-comunista, preso e exilado pela ditadura de Marcos Pérez Jiménez, além de crítico dos presidentes venezuelanos Hugo Chávez e Nicolás Maduro, ele também relembrou sua universidade, a Central de Venezuela.
“Felizmente, apesar de não estar bem há anos, continua sendo plural. Aquela que serve para doutrinar, deixa de ser universidade”, afirmou.
Prêmio Cervantes
O anúncio de que Cadenas era o mais novo vencedor do Prêmio Cervantes foi feito no final de 2022. No ano anterior, o prêmio foi dado à poeta uruguaia Cristina Peri Rossi. Francisco Brines, Joan Margarit, Octavio Paz, Camilo José Cela e Mario Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura e colunista do Estadão, também já ganharam o mais prestigioso prêmio da literatura hispânica - no valor, hoje, de 125 mil euros.
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