AP - A verdade pode estar lá fora, mas não é fácil entendê-la.
Ao longo dos anos, a discussão sobre objetos voadores não identificados passou das piadas e dos filmes de ficção científica para as audiências no Congresso. UFO: The Inside Story of the U.S. Government’s Search for Alien Life Here — and Out There [algo como “Ovni: a história da busca do governo americano por vida alienígena aqui e lá fora”, em tradução livre], de Garrett M. Graff, é o guia perfeito para leitores interessados em saber como essa discussão evoluiu.
Graff apresenta uma visão embasada e objetiva da história dos avistamentos de Ovnis e da pesquisa sobre a possibilidade de vida extraterrestre nos últimos 75 anos.
É uma narrativa tão convincente quanto outras obras de Graff, como sua história sobre Watergate, com a mesma habilidade que ele demonstrou ao vasculhar documentos governamentais.
A história profundamente pesquisada traça as formas como o governo vem tentando abordar as questões levantadas por avistamentos de Ovnis – ou, como agora são conhecidos, “fenômenos aéreos não identificados” – que remontam à década de 1940.
“Não é que o governo saiba algo que não queira nos contar”, escreve Graff no início do livro. “É que o governo se sente desconfortável em nos dizer que não sabe nada”.
Graff traça o perfil de um amplo elenco de personagens que desempenharam um papel importante na busca por vida alienígena ao longo dos anos, de ufólogos amadores ao famoso astrônomo Carl Sagan e o vocalista do Blink-182, Tom DeLonge.
Todos eles enfrentam fraudes e o ceticismo público e tentam superar aquela questão persistente, proposta pela primeira vez pelo físico Enrico Fermi: se a vida extraterrestre é predominante, por que não a vemos?
Graff destaca os avanços da ciência feitos ao longo dos anos na tentativa de responder a essa pergunta, mas também de mostrar quão vasto e desconhecido é o universo.
O livro mostra como as atitudes em relação aos Ovnis mudaram ao longo dos anos, não apenas por parte dos cientistas e do governo, mas também na cultura popular. Essas mudanças de atitude trouxeram maior abertura na discussão dos avistamentos e implicações para a segurança nacional de não saber o que poderiam ser.
É improvável que Graff converta os céticos mais resolutos, mas talvez ele possa pelo menos convencê-los a manter a mente aberta na próxima vez que lerem sobre Ovnis.
/ TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU
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