A 15.ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) será realizada até 30 de junho no litoral fluminense. Confira a a programação completa e os horários das mesas desta edição.
Entre as principais novidades internacionais, estão o escritor americano William Finnegan (vencedor do Pulitzer e da equipe da The New Yorker), a escritora e jornalista argentina Leila Guerriero e o escritor Paul Beatty (o primeiro americano vencedor do Man Booker Prize, em 2016).
Entre os brasileiros, a crítica literária Beatriz Resende,o documentarista Carlos Nader e os escritores Julián Fuks, Jacques Fux, Maria Valéria Rezende, Alberto Mussa, Carol Rodrigues, Luciana Hidalgo, entre outros.
Seis autores e autoras também vão fazer performances "poéticas por meio de formas híbridas – poesia, fotografia, vídeo, performance, teatro – com duração entre 10 a 15 minutos, distribuídas pela programação", de acordo com a produção do evento.
Veja a programação completa abaixo, com as descrições dos encontros fornecidas pela curadoria:
QUINTA-FEIRA, 27
10h território Flip | Flipinha - Mesa Zé Kleber: Aldeia
A convivência e a fruição do território que vêm de sabedorias ancestrais são os principais temas desse diálogo entre três pensadores líderes de suas comunidades – dois indígenas e uma quilombola – que têm cada vez mais ressonância em todo o país. Com Álvaro Tukano e duas líderes de comunidades tradicionais paratienses, a confirmar.
12h Mesa 2: Arqueologia de um autor
Entre a paixão e a minúcia, recupera-se a obra dispersa de um autor à margem e se define o lugar de Lima Barreto entre os clássicos e no cânone afro-brasileiro, nesta conversa que soma história e crítica literária. Com Beatriz Resende, Edimilson de Almeida Pereira e Felipe Botelho Corrêa.
15h Mesa 3: Pontos de fuga
[Fruto Estranho: Josely Vianna Baptista]
Três premiadas vozes da novíssima literatura em língua portuguesa falam de suas influências, técnicas e experiências: como lidam com a tradição e a renovam, seus modelos e perspectivas. Com Carol Rodrigues, Djaimilia Pereira de Almeida e Natalia Borges Polesso.
17h15 Mesa 4: Fuks & Fux
A autoficção é um dos eixos deste diálogo, bem como as parcerias e rivalidades na história da literatura. Como pano de fundo, imigração, resistência, vanguarda francesa, matemática. Com Julián Fuks e Jacques Fux.
19h15 Mesa 5: Odi et amo
[Fruto Estranho: Grace Passô]
A tradição greco-latina, seus mitos, poesia e narrativas, a Bíblia grega, a literatura e a cultura medieval: nesta conversa entre dois grandes tradutores do latim e do grego, tem-se uma breve história das ideias e dos sentimentos do Ocidente. Com Frederico Lourenço e Guilherme Gontijo.
21h30 Mesa 6: Em nome da mãe
Histórias de guerras e de sobrevivência, de invenções e reconstruções artísticas a partir do ponto de vista feminino, no encontro entre uma brasileira filha de uma sobrevivente de Auschwitz e de uma ruandesa tutsi que perdeu a família no genocídio e é influenciada pela literatura do holocausto. Com Noemi Jaffe e Scholastique Mukasonga.
SEXTA-FEIRA, 28
10h território Flip | Flipinha - A pele que habito
As identidades e as relações de cor nos países da lusofonia são o principal tema desta conversa, que parte da trajetória artística de um ator de sucesso no Brasil e uma jornalista portuguesa autora de premiado livro-documentário sobre o racismo em português. Com Joana Gorjão Henriques e Lázaro Ramos.
12h Mesa 7: Moderno antes dos modernistas
A singularidade da linguagem de Lima Barreto é evidenciada a partir de sua aversão ao bacharelesco e da visão da arte como militância, na sua escrita para jornal e nos diários do hospício. No debate, são lembrados autores que foram seus contemporâneos e autores posteriores sob sua influência. Com Antonio Arnoni Prado e Luciana Hidalgo.
15h Mesa 8: Subúrbio
[Fruto Estranho: Prisca Agustoni]
Uma visita aos lugares por onde Lima Barreto passou no Rio de Janeiro, com seus personagens de crônicas, contos e romances, seguindo a linha do trem e arrabaldes de ontem e hoje, a etnografia e a poética das ruas, a partir de dois olhares: o de uma especialista em sua obra e em literatura contemporânea e o de um historiador que entende de Ifá, encantados, samba e cultura popular carioca. Com Beatriz Resende e Luiz Antonio Simas.
17h15 Mesa 9: Na contracorrente
A resistência feminina e os projetos realizados em campos periféricos da cultura e da ciência: neste encontro-depoimento, tem-se a trajetória de uma dos maiores nomes da arqueologia no mundo, a partir do Piauí, e de uma espanhola presidenta de uma instituição que tem como bandeiras a literatura em língua portuguesa, os direitos humanos e o meio-ambiente. Com Niéde Guidon e Pilar del Río.
19h15 Mesa 10: A contrapelo
[Fruto Estranho: Ricardo Aleixo]
Uma escritora experimental chilena referência na crítica feminista e um refinado documentarista brasileiro, que contou a trajetória do poeta Wally Salomão e do pintor Leonilson, conversam sobre linguagens na fronteira e resistência artística. Com Carlos Nader eDiamela Eltit.
21h30 Mesa 11: Por que escrevo
Um jornalista que cobriu conflitos na África e que, nas horas vagas, praticava obsessivamente o surf e fez dessa experiência um premiado livro de memórias se encontra com uma escritora nascida na África do Sul do apartheid: uma conversa sobre as diferentes motivações de um escritor e a entrega ao ofício. Com Deborah Levy e William Finnegan.
SÁBADO, 29
10h território Flip | Flipinha - VOCO
Improvisações vocais entremeadas a poemas com interação do público. Sem se dar conta, as pessoas passam por uma série de procedimentos vocais extraídos tanto do contexto da música e da poesia experimentais quanto das práticas ritualísticas africanas e ameríndias. Efeitos eletrônicos, como os de pedais, são usados para a diversão das crianças. Com Ricardo Aleixo.
12h Mesa 12: Foras de série
Personagens singulares da história e da literatura brasileiras, como ex-escravos que triunfaram e mulheres revolucionárias no Brasil do século 19, permeiam este debate sobre vozes dissonantes e as técnicas de pesquisa e escrita que reúne uma romancista e um historiador da escravidão – a invenção da liberdade até chegar ao período do pós-abolição de Lima Barreto. Com Ana Miranda e João José Reis.
15h Mesa 13: Kanguei no Maiki – Peguei no microfone
[Fruto Estranho: Adelaide Ivánova]
O ativismo e a literatura — ao gosto de Lima Barreto —, a resistência e a liberdade: eis o pano de fundo da conversa entre um rapper que fez um diário da prisão em Angola quando foi preso com livros considerados subversivos e uma escritora que, entre indas e vindas ao exterior, se dedicou à educação popular no sertão durante a ditadura. Com Luaty Beirão e Maria Valéria Rezende.
17h15 Mesa 14: Mar de histórias
Borges é o ponto comum entre os dois autores, um da Islândia e outro do Rio, que conversam sobre contos de fada, mitologias, narrativas antigas que viajam e surrealismo. Com Alberto Mussa e Sjón.
19h15 Mesa 15: Trótski e os trópicos
[Fruto Estranho: André Vallias]
Os limites da ficção e da não ficção, os protagonistas e os coadjuvantes, o local e o global são os temas desta conversa entre um escritor viajante francês e uma jornalista que, baseada na Argentina, escreve para toda a América Latina. Com Leila Guerriero e Patrick Deville.
21h30 Mesa 16: O grande romance americano
Dois autores de uma mesma editora independente venceram, em anos sucessivos, o mais prestigioso prêmio de língua inglesa, o Man Booker Prize (2015 e 2016). Esta conversa revelará em que medida renovam a tradição a partir do seus pontos de vista particulares, a de um americano negro e a de um jamaicano negro que migrou para os EUA, onde ambos lecionam escrita criativa. Com Marlon James e Paul Beatty.
DOMINGO, 30
10h território Flip | Flipinha - Ler o mundo
Aprender a olhar e escutar pelos livros infantis: duas escritoras brasileiras e um poeta e escritor negro conversam sobre leitura e olhares que lançam ao mundo e levam a suas obras para esse público. Com Ana Miranda, Edimilson de Almeida Pereira e Maria Valéria Rezende.
12h Mesa 17: Amadas
Ao refazer sua trajetória com imagens e leituras, Conceição Evaristo, em conversa com Ana Maria Gonçalves, presta um tributo a outras vozes femininas africanas e da diáspora negra, como Angela Davis, Audre Lorde, Carolina de Jesus, Josefina Herrera, Nina Simone, Noêmia de Sousa, Odete Semedo, Paulina Chiziane e Toni Morrison. Com Ana Maria Gonçalves e Conceição Evaristo.
15h Mesa 18: Livro de cabeceira
Na sessão de despedida da Flip, conduzida tradicionalmente por Liz Calder, autores convidados leem trechos de seus livros prediletos. Autores a confirmar.
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