Vendas de ‘O Avesso da Pele’ aumentam em 400% após censura: livro se torna o mais vendido da Amazon

O livro, vencedor do Prêmio Jabuti de 2021, foi motivo de polêmica em uma escola de Santa Cruz, no Rio Grande do Sul. A diretora da instituição de ensino publicou um vídeo criticando a obra nas redes sociais

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Foto do author Maria Fernanda Viana
Atualização:

Após ser alvo de censura, o livro O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, se tornou o mais vendido da Amazon. Segundo a empresa, as vendas de cópias da obra aumentaram em 400% desde a última sexta-feira, 1º.

Jeferson Tenório é autor de 'O Avesso da Pele' (2020, Companhia das Letras), vencedor do Prêmio Jabuti de 2021. Foto: Reprodução.

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O livro, vencedor do Prêmio Jabuti de 2021, foi motivo de polêmica em uma escola de Santa Cruz, no Rio Grande do Sul. A diretora da instituição de ensino publicou um vídeo criticando a obra nas redes sociais.

Na publicação, Janaína Venzon diz que O Avesso da Pele é uma obra de baixo nível para ser trabalhada com alunos do ensino médio. Ela também solicitou que o Ministério da Educação recolhesse as cópias presentes na escola em que trabalha.

O livro faz parte do PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático) desde 2022 e aborda temas como o racismo estrutural e violência policial. As próprias escolas indicam livros considerados importantes, e então eles são comprados.

A questão repercutiu nas redes sociais e internautas mostram apoio a Jeferson Tenório.

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O livro será recolhido em todas as escolas sob jurisdição do NRE (Núcleo Regional de Educação) de Curitiba, segundo o ofício circular emitido nesta segunda-feira, 4, na capital paranaense. O autor lamentou a decisão em seu Instagram.

Nos comentários, seguidores mostram apoio ao autor: “Absurdo. Teu livro é mais do que necessário”, disse um. Outra seguidora comentou que o livro faz parte de sua tese de doutorado: “O Avesso ainda será pauta de muita leitura e resistência”, disse.

Em conversa com o Estadão, na segunda-feira, 4, Jeferson destacou que observa um aumento no conservadorismo, que “evita confrontar as realidades do racismo, machismo e violência policial, não apenas no Brasil, mas globalmente”.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

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