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Coluna quinzenal da jornalista Luciana Garbin que traz foco para as questões femininas na sociedade atual

Opinião | Já pensou em apelar ao ‘divórcio do sono’ para dormir melhor? Você não está sozinho

Pesquisas indicam melhor qualidade do sono quando se dorme separado, mas há um outro lado da moeda: que tal buscar alternativas?

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Foto do author Luciana Garbin

Aí, em determinada noite, você se vê diante de um dilema: dormir ao lado da pessoa amada - e acordar à noite toda com os solavancos de seus roncos, reviradas na cama e roubos de coberta - ou tomar uma decisão radical e mudar para o quarto ao lado, o sofá na sala ou qualquer outro lugar o mais distante possível em que você consiga realmente atingir a fase REM do sono?

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Esse cenário pouco romântico, batizado de “divórcio do sono”, é incentivado por especialistas que defendem que, independentemente das condições, é preciso batalhar por mais tempo dormindo sem interrupções. Mesmo que isso signifique se isolar de quem quer que seja durante a noite.

Pesquisas indicam que quem não dorme o suficiente ou tem o sono interrompido regularmente perde qualidade de vida, enfrenta maior risco cardíaco, enfraquece o sistema imunológico e tem mais probabilidade de ganhar peso, enfrentar metabolismo mais lento e ficar mal humorado. Também se torna mais sujeito a acidentes de carro e erros de trabalho.

Entre as consequências da falta sistemática de sono estão mau humor, ganho de peso e aumento do risco cardíaco Foto: WavebreakmediaMicro/adob.stock

De acordo com estudo encomendado no ano passado pela Academia Americana de Medicina do Sono (AASM), mais de um terço (35%) dos 2.005 adultos entrevistados disse dormir em outro lugar, ocasional ou sistematicamente. Homens são mais propensos a ir para o sofá ou quarto de hóspedes (45%), ante 25% das mulheres.

E quais são os resultados disso? Segundo a Sleep Foundation, cerca de 53% das pessoas relataram que a qualidade de sono melhorou depois de passarem a dormir sozinhas. E, ao longo do tempo, dormiram em média 37 minutos a mais por noite. Há quem tenha visto também melhora do relacionamento. Sem dormir o suficiente, cônjuges podem se tornar mais hostis um com o outro.

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Mas há o outro lado da moeda. Além de nem todo mundo ter cama sobrando em casa, mais de um quarto dos casais que tentam divórcio do sono acaba eventualmente voltando a compartilhar a cama depois de acordo com a entidade americana. Para mais de um terço, a falta do outro foi o que os uniu novamente. A redução da intimidade também pode impactar a vida sexual do casal. E, para algumas pessoas, dormir sozinhas ainda pode afetar a sensação de segurança, levando a um estado de vigilância e, ironicamente, à insônia.

Pra quem acha o divórcio do sono muito radical, especialistas da Sleep Foundation sugerem algumas alternativas. Se o problema forem os roncos, vale tentar investigar e tratar apneia do sono. Mudar hábitos - e tentar ajustar horários, por exemplo - é outro caminho. Se uma pessoa prefere ficar acordada até tarde, ela pode tentar dormir mais cedo, evitando assim acordar o parceiro. Usar máscara para bloquear a luz e lançar mão de protetores auriculares também podem ser tentativas, além de copiar o chamado estilo escandinavo de dormir. Significa compartilhar a mesma cama, mas com cobertor e roupa de cama próprios, até porque um pode sentir mais calor ou mais frio que o outro. De quebra, assim também se evita o clássico puxão de coberta.

Opinião por Luciana Garbin

Editora executiva no ‘Estadão’, professora na FAAP e mãe de gêmeos

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