Existe um transtorno de personalidade que toda mulher deveria conhecer em detalhes, principalmente em tempos de rede social. Sobre o qual deveria aprender desde pequena. Para identificar características e escapar a tempo. O narcisismo.
O nome vem de Narciso, figura da mitologia grega conhecida pela beleza que se apaixona por si mesma e, seduzida pela própria imagem, cai num lago e morre afogada.
Na vida real, conviver com uma pessoa com transtorno narcisista significa o tempo todo ter de dizer o quanto ela é maravilhosa, incrível, inigualável. Mesmo que te diga coisas absurdas. Se jurar que descende de um rei medieval, não ouse duvidar - você terá não só de acreditar como agradecer por estar com tão nobre figura.
Perto de um narcisista patológico, você sempre estará em segundo plano. Seus sentimentos, ideias e opiniões não contam. O que importa é o que ele - ou ela - viu, pensa, deseja, sabe. E jamais diga algo com o qual a figura não concorde - como castigo, ela passará dias fingindo que você é a parede.
Num relacionamento amoroso, a grande arapuca é que o narcisista começa muito sedutor. A pessoa imagina que tirou a sorte grande, que encontrou um ser especial, foi brindada pelo destino. E vai viver o chamado “love bombing”. Após conquistada, porém, terá de reconhecer a todo momento o quanto ele é sábio e colocá-lo num pedestal. Mesmo que ele não mereça nem um banquinho. Mesmo que te deprecie e humilhe.
Mas todo o esforço em reconhecer o lado divino do narcisista deixará em algum momento de ser suficiente. Para recompor a reserva de holofotes, ele então precisará agir. Traição é comum. Assim como mentiras e triangulações.
Psicólogos dizem que todos somos narcisistas em alguma medida, mas o saudável encara suas frustrações e sabe qual o seu lugar e o do outro na relação. Já o patológico se sente humilhado quando não consegue viver à altura do que acha que merece. E, para não sofrer ou lidar com a frustração, projeta no outro a responsabilidade. A culpa nunca será dele. Afinal, tudo o que faz é incrível.
O narcisismo atinge homens e mulheres e pode ser tratado com psicoterapia. Mas há um grande obstáculo. Como o/a narc se acha perfeito/a, dificilmente considerará que tem um problema e admitirá que precisa de ajuda. Até porque acredita que sabe mais que psicólogos e psiquiatras.
Restará então a quem convive com a pessoa se conformar. Ou tentar escapar e se desvincular afetivamente. Nesse caso também a psicoterapia é altamente recomendável.
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