Comemoram-se neste sábado, 9, os 30 anos da queda do Muro de Berlim. Numa cerimônia simples, de depositar flores num espaço preservado - como símbolo -, a chanceler Angela Merkel mandou um recado ao presidente Donald Trump. Nenhum muro é suficientemente alto, ou extenso, que não possa ser transposto, disse ela. O de Berlim durou 28 anos, mas ruiu, e com ele o bloco comunista, o Leste europeu. Na primeira vez que fui à Berlinale, em 1995, Potsdamer Platz, como símbolo da modernidade capitalista, ainda estava em gestação. Lembro-me de haver comprado um pedaço do muro, que ainda está em algum lugar da minha casa. Não ponho fé na indústria das relíquias, mas o que importa se é autêntico, ou não? Como tudo na minha vida, tendo a midiatizar o muro, em minha vida, pelo cinema. Filmes como Cortina Rasgada, Adeus Lênin, O Espião Que Saiu do Frio, The Quiller Memorandum, Funeral em Berlim. 30 anos esta noite. Um período que parece curto, mas o mundo não pára, vertiginosamente, de mudar, desde então.
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