É debaixo de muito calor que os fãs de Madonna aguardam pelo tão esperado show da cantora, que será realizado na noite deste sábado na praia de Copacabana. O Rio de Janeiro teve uma semana de tempo firme, e a previsão é de que a temperatura atinja os 36°C neste sábado. No famoso bairro da zona sul carioca, algumas das vias já estão interditadas. Desde as primeiras horas, a avenida Atlântica, em frente à orla, respira o show.
No fim da manhã, quase 11 horas antes do início previsto para a apresentação (às 21h45), um grande contingente de fãs já se aglomerava em frente ao palco. Boa parte deles estava munido de sombrinhas, vendidas por ambulantes não credenciados por valores entre R$ 40 e R$ 70.
São as mesmas sombrinhas que, em dias de chuva, são comercializadas na saída das estações de metrô por menos da metade do preço. “Está vendendo bem; estou aqui desde 8 horas. Tem bastante, acho que vou vender tudo”, vibrou um desses ambulantes.
Além das sombrinhas a preço salgado, vende-se um pouco de tudo nas areias, principalmente entre os ambulantes não credenciados. “Sanduíche da Madonna” - evidentemente, uma versão não oficial - é uma opção para os fãs que decidiram passar o dia em frente ao palco. (O sanduíche de pão de forma, presunto e queijo não tem um ingrediente especial, mas usa o nome da cantora para reforçar a propaganda.)
Mas há, claro, os que vieram preparados de casa. “A gente trouxe água em garrafa de 1,5 litro e comida, principalmente coisa salgada, para não ficar com a pressão baixa. E protetor solar, claro”, contou a estudante Larissa Vitória Bruno, de 24 anos. Ela está na praia, em frente ao palco, na companhia de três amigos. O primeiro deles chegou às 6h50 da manhã para garantir um bom lugar na areia.
“Já estou acostumado com o calor do Rio. Tanto que fui no show da Taylor Swift ano passado e foi o dia mais quente em décadas. Então, o calor de hoje (sábado) já é costume. Não tem muita surpresa”, disse Gabriel Albuquerque, de 22 anos, o fã que praticamente madrugou para reservar o espaço.
Nenhum deles se mostrou preocupado com o as altas temperaturas ou a longa espera. “Vale a pena, porque a Madonna é uma diva pop. Não tem parâmetro, não tem como fazer comparação. E, tipo, é um show gratuito. É uma coisa muito boa de aproveitar, porque o acesso à cultura e à diversidade tinham de ser popularizados para todo mundo poder ter acesso”, afirmou Larissa.
“As pessoas sempre falam que não tem público, que as coisas não chegam nas pessoas. O problema não é que não chegue nas pessoas. O problema é que as pessoas não têm como ir. Se fosse um show privado, ia ter metade das pessoas que têm aqui, porque é muito caro”, continuou. “Vale a pena enfrentar.”
A previsão é de que 1,5 milhão de pessoas acompanhem a apresentação, sendo 7,5 mil delas numa área VIP instalada bem em frente ao palco. O local foi motivo de polêmica nos últimos dias devido à instalação de placas metálicas de dois metros de altura em seu entorno, mas elas foram retiradas na noite de sexta-feira, 3.
Segundo os organizadores, a instalação do muro era apenas provisória, para garantir a segurança de quem fosse à praia durante os trabalhos de montagem do palco.
Em função do calor, e para evitar que se repita o que aconteceu durante um show da cantora Taylor Swift no ano passado, quando uma fã da artista morreu por exaustão térmica, haverá distribuição gratuita de água. A Cedae montou quatro pontos de abastecimento ao longo da orla. A estimativa é de que 50 mil litros d’água sejam distribuídos.
Para tentar garantir a segurança de todos, as autoridades montaram um forte esquema de segurança. No total, 3,2 mil policiais militares trabalharão no evento - 200 a mais do que na festa de réveillon, quando mais de dois milhões acompanharam a tradicional queima de fogos.
Ao todo, haverá 18 pontos de revista nas ruas que dão acesso à praia - e nem todas estarão abertas. Garrafas de vidro e materiais cortantes serão retidos.
Além deles, há centenas de guardas municipais e agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) atuando junto à orla. “Estamos tendo bastante trabalho. O que mais estamos fazendo é retirando os cercadinhos que os ambulantes fazem na areia”, declarou um desses agentes à reportagem.
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