O bloco ACADÊMICOS DO BAIXO AUGUSTA saiu pelo segundo ano.
Com a banda Paralela tocando de Rolling Stones, Tim Maia à Cabeleira do Zezé.
Aliás, a liga de vigilância do politicamente correto deve ficar de cabelo em pé e exigir explicações sobre o duplo sentido e a licença poética, se der uma blitz num baile de Carnaval.
Olha o nipe:
"O teu cabelo não nega, mulata, porque és mulata na cor..." [LAMARTINE BABO]
"Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é? Bi-cha!"
"Maria sapatão, de dia é Maria, de noite é João..."
Daria pra fazer uma rima que não ofendesse ouvidos sensíveis?
"Maria homossexual, de dia é Maria, de noite é liberal..."
E fundamentalistas da Jihad islâmica podem ficar chateadinhos se ouvir:
"Alá-la-ô-que-calor, que calor..."
"Será que ele é Maomé? Bi-cha!"
Mas nosso bloco saiu debaixo d'água.
Depois de enrolados pela Prefeitura, que só deu licença em cima da hora.
E mudou o trajeto que está até na letra do samba.
Apavora, mas não assusta!
Se antes descíamos a AUGUSTA, nos fizeram descer a CONSOLAÇÃO.
Bombeiros, PMs, encharcados, desesperados, orientando o trânsito.
Olha a irresponsabilidade dos caras.
Antes era fechar a AUGUSTA por no máximo duas horas e OK.
Agora a gente corre paralelo aos carros e ônibus de uma das principais artérias da cidade.
Um strike ideal para algum maluco no volante.
Não adianta, a gente tenta animar a cidade, mas a burocracia não entende.
Desde que sou moleque é assim.
Me lembro quando nos prendiam por andar de skate no SUMARÉ.
Sempre tem um Maluf ou Kassab contra a folia urbana.
E ainda querem tirar a PARADA GAY da PAULISTA.
O mais interessante é que parece que a chuva deu um gás no bloco!
Acendeu a chama.
100% euforia.
E me falaram que o NÃO INTERESSA, bloco da VILA MADALENA, tb saiu enquanto desabava o mundo.
Deixa passar...
Mas não atropela.
Compare com a festa do ano passado:
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.