PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Ornitorrinco comemora 40 anos

PUBLICIDADE

Por Marcelo Rubens Paiva
Atualização:

 

Há quatro décadas, o teatro estava em debate. Como toda a arte.

A dramaturgia e a encenação foram viradas do avesso (por Bob Wilson).

No Rio, Asdrúbal Trouxe o Trombone propôs um novo teatro.

Em São Paulo, em que Zé Celso e Antunes Filho começaram a romper com as estruturas tradicionais, surgiu o Ornitorrinco, egresso da ECA-USP.

Apesar da origem acadêmica, a adesão popular foi imediata. Salas ficaram abarrotadas inclusive por um público novo.

Publicidade

Asdrúbal se espalhou pelo teatro, rock e TV.

Ornitorrinco, sob a regência de Cacá Rosset, sofreu baixas (saudades do meu professor da ECA-USP, Roberto Galizia, e do pensador frasista Chiquinho Brandão), e nunca largou os palcos.

Continua comemorando seus 40 anos no grande palco do Teatro Sérgio Cardoso com Nem Princesa Nem Escravas, texto inédito no Brasil do mexicano Humberto Robles, agora (estreia em 19 de maio).

O grupo estreou em 1977 com Strindberg (Os Mais Fortes). Veio Ornitorrinco Canta Brecht e Weill, uma releitura de Brecht (A Ópera dos Três Vinténs).

Com Ubu, Folias Physicas, Pataphisicas e Musicaes, subiu outro patamar.

Publicidade

Ganhou projeção internacional. Encenou no Central Park (NY); embarcou no cômico em Shakespeare (Sonho de Uma Noite de Verão e A Comédia dos Erros).

Quase foi literalmente soterrado em 19 de setembro de 1985, quinta-feira, num terremoto na Cidade do México (8.1 na escala de Richter) que devastou a cidade e deixou dez mil mortes. O hotel em que estavam hospedados foi um dos prédios que vieram abaixo.

Reencontra o México na tradução e direção geral de Cacá, e produção de uma das musas da companhia, Christiane Tricerri.

A peça é uma comédia daquelas, sobre conflitos femininos, e ganha um formato teatro de cabaré: três atrizes cantam e dançam entre seus monólogos.

Christiane divide o palco com Angela Dippe e Rachel Ripani e fará Thelma Maria, "servidora sexual" que quer se transformar em "servidora pública" e se candidata a deputada pelo PM, Partido da Mãe.

Publicidade

Longa vida ao Ornitorrinco!

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.