TED é uma das comédias mais divertidas e escrachadas já feitas.
O ursinho é o grande personagem, que passa o dia na TV fumando um narguilé, fazendo piadas politicamente incorretas e xavecando muitas minas, já que é uma ex-celebridade.
Chega pra própria Norah Jones- aliás, Geetali Norah Jones Shankar, filha do indiano Ravi Shankar-, com quem teve um caso no passado, e diz:
"Você continua gostosa, apesar de ser metade muçulmana."
"Indiana", corrige Jones.
"Tudo a mesma coisa. Aliás, obrigado por 11 de setembro."
Escrito e dirigido por Seth MacFarlane, da série de televisão Uma Família da Pesada, é desses filmes que a crítica odeia e a plateia se esborracha de rir o tempo todo.
Além de ser o amigo de 35 anos de John (Mark Wahlberg) que só leva pra roubada, diz que irá reclamar com o fabricante por ter vindo sem o pênis.
Na verdade, o filme traça um perfil cômico [exagerado] da nova geração hedonista que, com complexo de Peter Pan, tem dificuldade para crescer.
Cuja referência para a dancinha do clássico de Bee Gees não é SATURDAY NIGHT FEVER, mas TOP GANG.
O dilema do personagem é o ultimato que a gostosa da namorada Lori (Mila Kunis) dá a John, que convive com seu urso de pelúcia desde os 8 anos- brinquedo ganhou vida quando o dono o desejou um amigo apenas, já que nem o judeuzinho da rua que apanhava de todo mundo quis ser seu amigo.
Parece que, além da crítica, Protógenes, o deputado, também o detestou, sem entender as parábolas de uma obra de ficção, e pede a censura.
No fundo, o filme é até moralista, já que John para de fumar e arruma um emprego decente, dá anel de noivado pra garota e aceita romper com o ursinho camarada.
No mais, não sei se é possível um deputado censurar um filme num Estado democrático.
Talvez na China ele consiga, país que já foi fonte de inspiração para o PC do B, seu partido.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.