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Meryl Streep e George Clooney lideram campanha de doação para atores de greve em Hollywood

Dupla fez espécie de lobby com outros grandes atores do cinema americano para garantir financiamento das manifestações

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Por Redação
Atualização:

THE NEW YORK TIMES - Os atores de Hollywood estão em greve há quase três semanas. Eles fizeram manifestações em meio a um calor escaldante, orquestraram comícios barulhentos e inundaram as redes sociais com brados de protesto. O dublê de Harrison Ford se incendiou (com segurança) em um protesto na Geórgia. A presidente do sindicato dos atores, Fran Drescher, falou na terça-feira sobre os estúdios “orientados pela ganância” em uma reunião do Conselho da Cidade de Nova York.

Mas algumas pessoas ficaram intrigadas com a falta de um elemento. Como Variety, a revista especializada em entretenimento, colocou em uma manchete de 24 de julho: “Por que astros de elite não se juntaram à linha de frente da SAG-AFTRA?”. Acontece que algumas megaestrelas, como Meryl Streep e George Clooney, em particular, contribuíram de uma maneira diferente.

Membros do Writers Guild of America e do Screen Actors Guild fazem protestos do lado de fora da Netflix e da Warner Bros; Milhares de atores de Hollywood entraram em greve à meia-noite de julho de 2023, parando o gigantesco negócio de cinema e televisão ao se juntarem a escritores na primeira paralisação da indústria por 63 anos. Foto: ANGELA WEISS / AFP

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A SAG-AFTRA Foundation, uma instituição de caridade que oferece assistência financeira a artistas comuns, disse na quarta-feira que Streep e Clooney ajudaram a liderar uma campanha de doações que arrecadou mais de US$ 15 milhões nas últimas três semanas. A dupla doou US$ 1 milhão cada e, em seguida, começou a pressionar as outras estrelas mais bem remuneradas de Hollywood para fazerem contribuições.

Um Google Doc foi criado para acompanhar quem estava se apoiando em quem. Mais oito estrelas: Matt Damon, Leonardo DiCaprio, Hugh Jackman, Dwayne Johnson, Nicole Kidman, Julia Roberts, Arnold Schwarzenegger e Oprah Winfrey doaram US$ 1 milhão ou mais, juntamente com dois casais famosos: Jennifer Lopez e Ben Affleck e Ryan Reynolds e Blake Lively.

“Lembro-me dos meus dias como garçonete, faxineira, datilógrafa e até mesmo do meu tempo na fila do desemprego”, disse Streep em um comunicado. Clooney acrescentou: “Nós nos apoiamos em pessoas como Bette Davis e Jimmy Cagney, e é hora de nossa geração retribuir.”

A contribuição de Johnson foi divulgada por Courtney B. Vance, presidente da Fundação SAG-AFTRA, no final do mês passado. Ainda conhecido por alguns fãs como The Rock, Johnson respondeu a um apelo feito por Vance a atores com altos salários no início da greve.

A publicidade resultante serviu para angariar apoio para a campanha de Streep-Clooney, de acordo com um porta-voz da Fundação SAG-AFTRA, de 38 anos, associada ao sindicato dos atores, mas administrada de forma independente.

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Alguns atores são altamente remunerados, mas Drescher disse ao Conselho da Cidade de Nova York que 86% dos 160 mil membros do sindicato ganham menos de US$ 26.500 por ano. Vance disse que o programa de assistência financeira da fundação “está processando atualmente mais de 30 vezes o número normal de solicitações de ajuda emergencial”.

“Recebemos 400 solicitações somente na última semana”, disse ele. Algumas grandes estrelas apareceram nos protestos, incluindo Lupita Nyong’o, Colin Farrell, Jane Fonda, Awkwafina e Brendan Fraser, o atual vencedor do Oscar de melhor ator.

A atriz Jane Fonda aparece em uma manifestação do lado de fora dos estúdios da Netflix na sexta-feira, 28 de julho de 2023, em Los Angeles.  Foto: Richard Shotwell/Invision/AP

Mas o poder das estrelas pode ter dois lados; a greve é sobre salários mínimos, e os protestos de atores de elite podem confundir a mensagem.

Não se sabe ao certo quanto tempo durará a greve dos atores - os roteiristas também estão em greve - mas a maioria das pessoas em Hollywood espera que ela continue por mais algumas semanas, no mínimo.

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O sindicato dos atores disse que está tentando garantir salários razoáveis para os membros que trabalham no dia a dia, em especial aqueles que fazem filmes ou programas de TV para serviços de streaming. Os atores também temem que a tecnologia de inteligência artificial possa ser usada para criar réplicas digitais deles (ou que as atuações possam ser alteradas digitalmente) sem pagamento ou aprovação.

A Alliance of Motion Picture and Television Producers, que negocia em nome das empresas de Hollywood, disse que continua comprometida em chegar a um acordo justo em um momento difícil para um setor prejudicado pela revolução do streaming, que a pandemia acelerou.

”Lamentavelmente, o sindicato escolheu um caminho que levará a dificuldades financeiras para milhares de pessoas que dependem do setor”, disse a aliança em um comunicado à imprensa quando os atores saíram. Ela se recusou a comentar as contribuições nesta quarta-feira.

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