Pela primeira vez desde que assumiu - e recriou - o Caldeirão, o apresentador Marcos Mion sai do estúdio para apresentar o programa ao ar livre. O Caldeirão Nas Férias foi gravado em Curaçao, ilha colonizada por holandeses no Caribe, e vai ao ar em duas edições, a primeira delas neste sábado, 29.
As gravações envolveram uma equipe de 100 pessoas, entre produção, elenco e convidados - Lucio Mauro Filho (e Filhos) e Globolinho também foram.
“Não é só o maior movimento que eu fiz desde que recriamos o Caldeirão. É o maior movimento que todos os envolvidos já fizeram! (risos). Me contaram que foi a primeira vez que um programa montou sua estrutura, sua arena, em outro país”, diz Mion ao Estadão, por e-mail.
Leia também
Um sinal de prestígio de Mion dentro da TV Globo - no passado, o Altas Horas gravou especiais em diversas cidades brasileiras e até no Japão.
Mion sabe desse “poder”, sobretudo agora em que a TV brasileira passa por uma espécie de nova era dos programas de auditório, com os afastamento de Silvio Santos e Faustão e a iminente aposentadoria de Raul Gil. Serginho Groisman, Luciano Huck e Eliana, agora também na Globo, já estão na cota de veteranos. Celso Portiolli ainda precisará provar que tem fôlego para segurar um programa com mais sete horas no ar aos domingos. Além de Mion, nenhum outro nome se consolidou nos últimos anos, apesar de seu programa ter demorado para engrenar na audiência.
Sobre ser uma peça rara entre os novos apresentadores, Mion, de quem muitos duvidavam se ele era mesmo o nome certo para os sábados da Globo, diz que é cria de profissionais como Faustão, Gugu Liberato, Silvio Santos e Xuxa, mas que, para exercer a função de comunicador, é preciso muito mais do que apenas talento.
“Brinco que sou o último dos moicanos! Vivi a virada do nascimento do digital e todos que vieram depois já são multiplataforma. E não tem a ver só com seu talento para comunicação, tem a ver com quem você é no mundo, com sua ética, valores, criatividade, generosidade, volume de repertório, ideias e com a equipe que você consegue juntar”, diz.
Programa terá plateia de brasileiros e dinâmica de ‘Sobe o Som’
Para tornar o Caldeirão de Férias em Curaçao possível, a equipe do programa construiu uma arena na praia de Mangrove Beach. Além das 100 pessoas que foram do Brasil, outros 50 profissionais locais foram envolvidos na operação.
A secretaria de turismo local ficou responsável por avisar os brasileiros que estavam na ilha sobre a gravação. E eles lotaram a plateia. Com o apoio do elenco e com os conterrâneos na aplaudindo, Mion disse que se sentiu em casa. “Até isso nós tivemos! Contamos também com profissionais curaçauenses muito queridos, na mesma vibe que nós! Foi um sonho”, diz o apresentador.
Sobre os convidados, que incluem nomes como Pabllo Vittar, Tiago Iorc, Marina Sena, Priscilla e Vitor Kley para o primeiro programa, Mion diz que era preciso contar com nomes que eram “parceiros”.
“Tinha que ter história com o programa. Até porque ser amigo nessas horas conta para o caso de dar algum problema. Afinal não estávamos dentro dos Estúdios Globo onde tudo se resolve rápido. Estávamos na praia, numa ilha, distante de tudo”, afirma.
O formato será o do Sobe o Som com Pabllo Vittar e Marina Sena competindo contra o ator Leandro Lima e o músico Seu Pereira.
Para o diretor geral do Caldeirão, Geninho Simonetti, a maior dificuldade de levar um programa como o do Mion para uma praia fora do País é justamente “fazê-lo”. “Montamos uma arena com uma iluminação suficiente que garantisse não só uma linda fotografia, mas o pôr do sol, que nessa região é uma das coisas mais lindas do mundo. Tivemos que gravar cronometrado para não perder a luz do sol e nova paisagem que a praia formaria com o entardecer”, diz.
De acordo com Geninho, essa primeira experiência abre novas possibilidades para diversificação do conteúdo do programa. Ele e Mion trabalharam juntos na MTV, na época que a emissora musical fazia o Verão MTV, nos anos 2000, quando o programa era levado para praias no litoral brasileiro.
Tatynne Lauria, gerente de Produção do Caldeirão, também afirma que o Caldeirão Nas Férias inaugura a vontade de “veranear por aí”.
“Unimos as culturas curaçauense, brasileira, holandesa e americana para fazer esse grande Caldeirão nas Férias ocorrer. A língua oficial entre todas essas faladas era o inglês, mas, dependo da situação, se misturava tudo. A união dessas culturas e pessoas fortaleceu demais a equipe do programa’, diz.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
