100 anos de Pierre Cardin: casa de moda busca se renovar sem mudar muito

Estilista, que morreu há menos de dois anos, completaria seu centenário neste sábado, 2 de julho; desfile será realizado em Veneza, na Itália

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Por Olga Nedbaeva

A casa Pierre Cardin celebra seu criador, que completaria 100 anos neste sábado, 2, com um desfile em seu palácio em Veneza e o desejo de relançar um império baseado em uma infinidade de licenças.

O Palácio Ca'Bragadin de Pierre Cardin recebe uma retrospectiva de suas peças futuristas e uma coleção nova ecológica feita por seus ateliês.

O estilista francês Pierre Cardinera aclamado por suas criações visionárias, mas também por trazer roupas elegantes para as massas Foto: Josep Lago/ AFP

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O designer, que morreu no final de 2020 aos 98 anos, não gostava "que lhe desejassem feliz aniversário", mas queria comemorar seu centenário, disse à AFP Rodrigo Basilicati-Cardin, seu sobrinho-neto e diretor-geral da empresa gestora.

Não haverá celebridades no desfile, mas 120 dos 300 convidados serão os donos das licenças que produzem mundialmente sob a marca Pierre Cardin.

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O modelo construído pelo estilista, que a partir dos anos 1960 multiplicou excessivamente o número de licenças, é aquele que seu herdeiro quer preservar, tentando controlá-las melhor.

Semana de Moda em 2023

"Continua sendo um pequeno império econômico com essas licenças que ainda funcionam bem", mas "Cardin é um nome que foi marginalizado", explicou Arnaud Cadart, da sociedade de gestão de patrimônio Flornoy Ferri, à AFP.

"Continua sendo vendido, mas mais em países emergentes e entre clientes com pouca formação em luxo", acrescentou.

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Em Paris, "não é nada comparado com Louis Vuitton ou Saint Laurent. É muito diferente em termos de reputação e dinâmica comercial".

Após o desfile de homenagem ao pé de um foguete em Le Bourget, perto de Paris, em janeiro, e o de sábado em Veneza, a casa se juntará oficialmente à Senana de Moda de Paris em fevereiro-março de 2023, 25 anos depois que Pierre Cardin a deixou.

Rodrigo Basilicati-Cardin se apoia na equipe “unida” do estúdio para enfrentar esse novo desafio.

"Meu trabalho é garantir que não saiamos dos trilhos", afirmou. Não tem intenção de convidar um estilista externo para não "minar Pierre Cardin".

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No entanto, "hoje é preciso um diretor artístico, uma personalidade. É correndo esse risco que o potencial" de uma marca pode ser ampliado, disse Olivier Gabet, diretor do Museu de Artes Decorativas, durante uma retrospectiva sobre a designer Elsa Schiaparelli (1890 -1973), cuja casa foi um grande sucesso com o diretor artístico Daniel Roseberry.

Modelos apresentam coleção de Pierre Cardin, no dia 1º de abril de 2012, em Pequim Foto: Mark Ralston / AFP

Algumas das peças de Roseberry foram usadas por Beyoncé e Lady Gaga.

O projeto de Pierre Cardin, que "foi baseado em uma visão de futuro que era cósmica na época", pode hoje ser traduzido em "materiais inteligentes que recarregam baterias de telefones, regulam a temperatura do corpo ou são autolimpantes", imagina Ariane Bigot, vice-diretora de moda do salão Première Vision.

"DNA e um nome forte" podem permitir que a casa se reinvente", disse à AFP.

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No entanto, Arnaud Cadart tem suas dúvidas. "Não há legado criativo dos últimos 30 anos. Pierre Cardin assinou contratos de licenciamento, comprou casas, às vezes cidades inteiras (...) Não há comparação, a menos que o traço do sobrinho seja incrível", garantiu.

Pierre Cardin em seu estúdio de moda, em Paris, em foto de 10 de julho de 1979 Foto: Pierre Guillaud / AFP

 

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