Blue Ivy, filha de Beyoncé, usou marca de brasileira no Grammy; leia entrevista com Marina Larroudé

A bota usada pela filha de Beyoncé e Jay Z é assinada pela marca Larroudé; de jornalista que saiu das redações de revistas de moda para criar seu próprio império fashion: ‘O Brasil é nosso DNA’

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Foto do author Damy Coelho
Atualização:
Jay-Z com a filha, Blue Ivy Carter, no Grammy. (AP Photo/Chris Pizzello) 
Foto: Divulgação / Marina Larroudé
Entrevista comMarina LarroudéCCO Larroudé

A presença de Blue Ivy no palco do Grammy no último domingo, 4 foi um dos momentos mais marcantes da premiação. E não apenas porque ela estava ao lado do pai, Jay Z, quando o rapper criticou a Academia por nunca ter dado o prêmio de Melhor Álbum para Beyoncé, mesmo ela sendo recordista de indicações. Logo chamou a atenção, nas redes sociais, o estilo da garota que, aos 12 anos, usava botas brancas da marca brasileira Larroudé junto a um vestido da mesma cor, da icônica marca Vivienne Westwood.

A marca responsável pelas botas - chamadas Dolly Boots -, que se diferenciam pelo salto plataforma e estilo, foi co-criada pela brasileira Marina Larroudé, ex-jornalista de moda da Teen Vogue que chegou a ser diretora de moda da marca de luxo Barneys, uma das maiores do mercado fashion de Nova York.

Na pandemia, se vendo sem emprego e já vivendo em Nova York, Marina decidiu que era hora de mudar de vida e tirar um plano antigo do papel: criar sua própria marca de sapatos e acessórios. Optou pela produção brasileira, o que entrega o diferencial de um mercado que cada vez mais ganha os olhos do mundo.

A linha deslanchou, tanto que ela viu seus primeiros exemplares se esgotarem rapidamente. Com 3 anos de marca, já veste celebridades como Selena Gomez, a primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden e Taylor Swift.

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Ao Estadão, ela conta como foi ver sua criação nos pés de uma das crianças mais influente do planeta, e como viu sua vida mudar depois de investir no sonho.

Como foi ver Blue Ivy vestida com suas botas no Grammy? E como se deu a escolha pela peça da sua marca?

Foi emocionante vê-lá usando nossa bota com um vestido da ícone de moda Vivienne Westwood. O fato de ela colocar a botinha com um vestido de festa deixou o vestido com uma cara mais jovem, um look bem apropriado para sua idade. Se tivesse colocado com uma sandália de salto alto, teria dado uma outra “cara” à roupa.

Temos a nossa coleção de sapatos em um escritório em Los Angeles. Foi o time dela que escolheu o modelo. Pra mim, foi um orgulho imenso saber que com tantas opções por aí, ela usou um par de Larroudé para um evento tão importante.

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O fato de ela colocar a botinha com um vestido de festa deixou o vestido com uma cara mais jovem, um look bem apropriado para sua idade.

Marina Larroudé

Como o Brasil inspira na criação das peças da marca?

Toda a alegria e prazer de viver do Brasil está inserido na nossa marca. Faz parte do nosso DNA.

Ao abrir a caixa do nosso sapato, a cliente é surpreendida com alguma surpresa da marca: sticker, leque, chaveiro, presilha de cabelo… algo inusitado, que tenha a cor a a nossa estampa da estação. Os nossos produtos são glamurosos como a mulher brasileira, eles são especiais, mas fáceis e feitos para serem usados a qualquer momento.

Os nossos produtos são glamurosos como a mulher brasileira


Você saiu das redações de moda para investir na sua própria marca de sapatos. Como foi essa transição?

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Passei mais de 14 anos em imprensa, doze deles na Conde Nast nos EUAs trabalhando com todas as ícones da moda global. Depois da imprensa, fui, durante anos, a Diretora de Moda da Barneys New York, onde aprendi muito do que sei sobre o varejo americano.

Ao abrir minha própria marca, coloquei toda essa experiência em uso, da imprensa e do meu network de stylists, modelos, o varejo americano... tudo foi essencial nesses primeiros anos de Larroudé.

Você sente que a moda brasileira está ganhando mais espaço internacionalmente?

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Eu vejo marcas brasileiras crescendo mundialmente, mas as que mais se destacam oferecem um produto diferenciado. Veja a Adriana Degreas ou a PatBo como exemplo, elas estão fazendo os melhores produtos em suas categorias - swim e resort wear - e por isso estão destacando-se, oferecem algo que ninguém mais oferece.

O consumidor gosta mesmo é de um produto muito bem feito, com uma marca que ele se identifique em valores e ética. As duas marcas que mencionei se adaptaram para o mercado internacional, seja no corte do biquíni ou resort wear - e não na moda festa, como a moda brasileira era originalmente conhecida.

Não adianta copiar e colar. O que funciona em um país não necessariamente funcionará em outro.

Aprendi na Barneys que a grande maioria dos consumidores não sabe identificar se a Gucci é italiana ou francesa: eles sabem o que é global ou internacional. O foco é sempre no consumidor. Ana Khouri, Degreas, PatBo são algumas que acertaram essa receita de sucesso no mercado global.

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A grande maioria dos consumidores não sabe identificar se a Gucci é italiana ou francesa: eles sabem o que é global ou internacional.

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