O escritor mato-grossense Ricardo Guilherme Dicke morreu às 10 horas desta quarta-feira, 9, aos 71 anos, segundo confirmou a assessoria de imprensa do Hospital São Matheus, em Cuiabá, onde o escritor estava internado desde o último sábado, 5. A causa da morte, segundo a assessoria, foi "insuficiência respiratória aguda após parada cardiorrespiratória revertida em hipertensão arterial severa". O autor de Deus de Caim nasceu na Chapada dos Guimarães e, apesar da pouca notoriedade do grande público, era muito admirado por figuras como a escritora Hilda Hilst, que o chamou de gigante e chegou a compará-lo a Machado de Assis. Dicke alcançou reconhecimento internacional quando sua obra O Salário dos Poetas foi descoberta pelos portugueses e levado aos palcos de Lisboa em 2005. O romance trata de um ditador latino-americano que encontra asilo político no Brasil e, já moribundo, decide contratar um escritor para escrever um "grande livro" que eternize a sua contribuição para a humanidade. O escritor chegou a viver no chamado eixo Rio - São Paulo - foi jornalista em O Globo e trabalhou no Rio de Janeiro. Mas voltou às origens e viveu até seus últimos dias em Cuiabá.
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