O sociólogo americano David Riesman, cujo livro mais conhecido, A Multidão Solitária, causou tanto impacto que conquistou leitores bem além dos círculos acadêmicos, morreu na última sexta-feira, aos 92 anos. Riesman morreu de causas naturais, num hospital em Nova York, segundo seu filho, Michael. Graduado em Harvard, Riesman publicou A Multidão Solitária (que saiu no Brasil pela editora Perspectiva) em 1950, com a assistência de Nathan Glazer e Reuel Denney. O livro argumentava que a sociedade estava em transição de um estágio "orientado para dentro" para um estágio "orientado para o outro". As pessoas, antes influenciadas pelos pais e outras autoridades mais velhas, passavam a depender da aprovação de seus pares. "As pessoas perdem a liberdade social e a autonomia individual tentando ser como as outras", Riesman escreveu. O sociólogo antecipou não só a emergência da "cultura jovem", mas também a çonfusão entre política e entretenimento, ao descrever um eleitorado que se mantém informado, mas passivo. O crítico Jonathan Yardley inclui A Multidão Solitária numa seqüência de livros que, durante os anos 50, puseram a classe média americana sob um auto-exame minucioso. O livro de Riesman tornou-se tema de aulas e reuniões sociais. Seu título foi citado na canção I Shall Be Released, de Bob Dylan. Riesman escreveu ainda Faces in the Crowd e On Higher Education, entre outras obras.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.